O presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, sinalizou, neste sábado (14 de junho), que os emedebistas serão contrários ao pacote do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alternativo ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A série de medidas foi editada em uma medida provisória (MP) na última quarta (11 de junho) e cabe ao Congresso Nacional votá-la em até 120 dias.

Baleia ponderou que a bancada do MDB ainda vai discutir a MP “com profundidade”, mas observou que o partido, historicamente, é contrário a aumento de impostos. “Aumento de impostos sem cortar gastos, sem equilíbrio fiscal, sem que o governo federal dê a sua cota-parte, dê exemplo, é muito difícil avançar, porque a sociedade não aguenta mais pagar tanto imposto”, criticou ele, que veio a Belo Horizonte para participar da convenção estadual do MDB

Pressionado para alcançar a meta de déficit zero, Lula implementou um pacote de ajustes para aumentar a arrecadação da União. Entre elas, estão a cobrança de uma alíquota de Imposto de Renda de 5% sobre investimentos em Linhas de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Imobiliário (LCIs), a uniformização da alíquota sobre criptomoedas em 17,5% e o aumento da alíquota das bets de 12% para 18%.

O presidente do MDB admitiu que a Câmara e o Senado podem cortar parte das emendas parlamentares, endurecidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas reafirmou que o ajuste fiscal precisa partir do Palácio do Planalto. “É fundamental para que a gente tenha perspectiva de maior crescimento econômico, de geração de emprego e renda e que quem queira empreender possa fazer sem uma carga tão grande”, afirmou.

Questionado se o posicionamento do MDB não seria contraditório diante da presença da ministra Simone Tebet no Ministério do Planejamento e Orçamento, Baleia apontou que a própria ex-senadora, durante a campanha à presidência em 2022, defendia o equilíbrio fiscal. “Porque é uma bandeira do MDB. O MDB fez a reforma trabalhista, fez o teto de gastos”, citou o deputado federal.

Além de Tebet, diretamente envolvidas nas negociações entre o Planalto e o Congresso Nacional, o MDB, que tem 43 deputados federais e 11 senadores, tem dois ministérios na Esplanada. O senador licenciado Renan Filho (AL) está à frente do Ministério dos Transportes e o deputado federal licenciado Jader Filho (PA), à frente do Ministério das Cidades.

A sinalização do MDB faz coro aos posicionamentos de União Brasil e o PP. Antes mesmo de a MP ser publicada, ainda na quarta, as bancadas federais dos partidos pontuaram que vão votar favoravelmente às medidas sugeridas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apenas caso cortem despesas da União, o que não é o caso.