Responsável por conduzir o tratamento médico do prefeito Fuad Noman (PSD), o oncologista Enaldo Melo de Lima, coordenador Médico do Hospital Integrado do Câncer da Rede Mater Dei, deu detalhes à imprensa sobre os mais de 80 dias de internação do prefeito e minimizou os impactos da campanha à prefeitura de Belo Horizonte na saúde do então candidato.
Na madrugada desta quarta-feira (26 de março), o hospital divulgou um boletim médico apontando que o estado de Fuad era "muito grave". No começo da tarde, a morte de Fuad Noman, de 77 anos, foi confirmada, em função de consequências de um Linfoma não Hodgkin (LNH)
"Óbvio que em um senhor de 77 anos (a campanha) tem um impacto maior, mas ele nunca teve nenhum problema relacionado as exposições da campanha", explicou o oncologista. "Ele teve infecção depois, quando já tinha terminado a campanha, e foi decorrente ao processo do próprio tratamento. É uma doença imune supressora, e o próprio corticoide acaba gerando uma baixa imunidade. Mas durante a campanha de forma surpreendente ele foi a eventos, passou por situações que ele estava com problemas cardiovasculares, e mesmo assim continuou trabalhando", completou.
Segundo o oncologista, "as sequelas que ele teve e que determinaram sua morte foram secundários à doença e ao tratamento, e não teve relação a campanha eleitoral", disse. Ainda segundo o médico, condições médicas anteriores, como uma cirurgia bariátrica que Fuad fez há 15 anos e que dificultou sua nutrição no hospital, ajudaram a debilitar sua saúde.
Ainda segundo o oncologista, a família não queria que ele fosse candidato, mas ele estava determinado. "Ele foi orientado sobre as possibilidade de complicação e sequelas, e uma preocupação que sempre temos em relação a infecções, mas nisso ele saiu bem. Ele teve problemas mais na parte cardiológica", disse. (com Pedro Grossi)