Em meio às tratativas para adesão de Minas ao Programa de Pleno Pagamento da Dívida (Propag), o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (sem partido) se manifestou contra a privatização da Cemig. Se apresentando como ‘terceira via’ para concorrer ao Governo de Minas em 2026, Kalil disse ser a favor da privatização de ativos, porém, não daqueles que dão lucro ao estado, como no caso da companhia de energia elétrica. O ex-chefe do Executivo da capital mineira foi entrevistado pelo programa Café com Política, exibido no YouTube de O TEMPO nesta quinta-feira (10 de julho).

No ano passado, o vice-governador Mateus Simões (Novo) protocolou, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), as propostas para privatizar a Cemig e a Copasa. O texto da Cemig prevê a adoção da corporation, em que a empresa de geração, transmissão e distribuição de energia não teria um controlador. Já a privatização da Copasa não manteria ação alguma sob o controle do Estado.

Posteriormente, as propostas entraram no “pacote” de adesão de Minas ao Propag, para pagamento da dívida de cerca de R$ 165 bilhões de Minas com a União. A ideia é que a Cemig, a Copasa, a Codemig e a Empresa Mineira de Comunicação (EMC) sejam federalizadas.

Kalil, que disputou o governo de Minas em 2022, mas perdeu a eleição para Romeu Zema (Novo), se posiciona a favor de privatizações, mas não do caso da Cemig por considerar que a empresa gera lucro para o estado.

“Eu acho que a Cemig é fora de cogitação. Ela dá lucro. Nós temos ativos para entregar para o governo e não é nós que vamos escolher. ‘O que dá lucro para o Estado de Minas é isso. O resto pode levar.’ A Cemig dá lucro. A Cemig todo ano dá lucro. O governo pega dinheiro e põe no bolso. Por que entregar a Cemig?”, questiona.

Como alternativa para entrega à iniciativa privada, Kalil cita as estradas de Minas Gerais como exemplo. Para o ex-prefeito da capital mineira, a solução para a dívida do estado com a União seria “fazer as pazes com o governo federal”. Isso porque Kalil considera “estupidez” a postura de Zema em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diante da situação financeira do estado.

“Vamos privatizar, sim, mas o que dá prejuízo, o que não é atendimento para o povo. Tem muita coisa. Tem estrada para burro para privatizar, e as que estão privatizadas no território mineiro, estão uma vergonha”, critica Kalil.