CAFÉ COM POLÍTICA

Aihara chama proposta de acordo de Mariana de ‘engodo’: ‘rir na cara do cidadão'

Deputado federal ficou conhecido quando era bombeiro militar e atuou nos resgates em Brumadinho após rompimento da barragem do Córrego do Feijão

Por O TEMPO
Publicado em 30 de abril de 2024 | 10:25
 
 
 
normal

O deputado federal e bombeiro militar Pedro Aihara (PRD) criticou a nova proposta da Vale de reparação da tragédia da Samarco, em Mariana. Em conversa com o Café com Política, da FM O TEMPO 91,7, o parlamentar chamou a proposta de “engodo” e disse que as empresas mineradoras estão “rindo na cara do cidadão mineiro”.

Após as negociações ficarem paradas desde dezembro do ano passado, a Vale propôs o pagamento de R$ 90 bilhões no acordo para a repactuação das obrigações de reparação da tragédia da Samarco, em Mariana. Em comunicado ao mercado divulgado nesta segunda-feira (29), a empresa anunciou que o valor total da proposta seria de R$ 127 bilhões, dos quais R$ 37 bilhões já teriam sido investidos em remediações e reparações.

“A efetividade desses R$ 37 bilhões é um grande engodo. Porque quando a gente vê a própria questão dos reassentamentos lá em Bento Rodrigues, em toda a região. Mais de oito anos se passaram, e isso não foi concretizado. Isso é você rir na cara do cidadão mineiro. A gente está falando da reparação de um crime que foi cometido por essas empresas”, afirmou.

Pedro Aihara ainda defendeu que o dinheiro que for acordado com as empresas deve ser investido, exclusivamente, nos municípios afetados pelos rompimentos das barragens. O parlamentar não se opôs à ideia dos recursos da repactuação serem usados para abater a dívida de Minas Gerais com a União, desde que o governo federal usasse esses recursos para investir nas regiões impactadas.

“Esse dinheiro, por mais que seja importante para o Estado, ele foi feito em cima de sangue, de sofrimento, de dor dessas pessoas. Então, são essas pessoas e essas populações que precisam ser primariamente contempladas para que a gente não tenha nenhum tipo de injustiça, ainda mais cristalizado do que a injustiça que já ocorre”.

A entrevista ao Café com Política foi concedida aos jornalistas Thalita Marinho e Guilherme Ibraim.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!