Eleição municipal

Após 'namoro' com PT, Duda Salabert ganha força no PDT para a PBH

Deputada federal será lançada candidata após a realização de reuniões internas do partido sobre ter um nome para a disputa ou apoiar outra chapa

Por Gabriel Ronan
Publicado em 04 de janeiro de 2024 | 06:00
 
 
 
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A deputada federal Duda Salabert deve ser, ao menos por ora, a candidata do PDT para a Prefeitura de Belo Horizonte. Após deliberações internas sobre o partido ter um nome para a disputa ou apoiar outra chapa, ficou decidido que a ex-vereadora de BH se lançará para a eleição de outubro deste ano. A tendência é que o também deputado federal Mário Heringer, presidente estadual da legenda, coordene a campanha na capital. 

A pré-candidatura não chega a ser uma surpresa, mas ainda era vista com dúvidas nos bastidores. Isso, porque Duda chegou a conversar com o PT para deixar o PDT e disputar a PBH pela sigla do presidente Lula. As conversas, inclusive, passavam pela costura de uma frente ampla de esquerda, que está cada vez mais longe de se concretizar no momento. 

Em julho, Duda chegou a conversar com a presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann, sobre o assunto. Apesar disso, o PT tem o deputado federal Rogério Correia (PT) como pré-candidato. O PSOL, outra legenda que poderia compor uma frente ampla de esquerda, lançou a deputada estadual Bella Gonçalves ao mesmo posto. 

Ainda assim, nos bastidores, o entendimento de pessoas ligadas aos partidos de esquerda é que não há espaço para Duda, Rogério e Bella disputarem o mesmo eleitorado, o que forçaria algum deles a abrir mão da candidatura para apoiar outro político do campo progressista ou, até mesmo, o prefeito Fuad Noman (PSD), que deve tentar a reeleição em 2024. 

Esse último cenário parece mais relacionado a Rogério Correia, até pela proximidade do chefe do Executivo municipal com o governo federal nos últimos meses, a partir de agendas de ministros em Belo Horizonte. No entanto, interlocutores do PSD descartam que a legenda tenha interesse em uma eventual composição com os petistas. Até pelo antagonismo entre eles na Assembleia Legislativa de Minas (ALMG), onde o partido do prefeito é base do governador Romeu Zema (Novo), enquanto o PT compõe o bloco de oposição ao chefe do Executivo. 

Pelo lado do PSOL, o entendimento é que dificilmente haverá um apoio do partido às candidaturas de Rogério Correia e Fuad Noman. Isso, porque a legenda entende que uma mulher representa melhor as bandeiras progressistas no momento, o que afastaria o petista. 

Pelo lado de Fuad, o que impede qualquer diálogo é o distanciamento do prefeito em relação a pautas mais à esquerda, até pelo seu histórico nos governos do PSDB em Minas Gerais. 
Fuad foi secretário de Fazenda, secretário de Transporte e Obras Públicas e também comandou a Secretaria Extraordinária para a Coordenação de Investimentos, na administração do então governador do Estado Antonio Anastasia.

Se Duda realmente for candidata à cadeira hoje ocupada por Fuad, como os interlocutores do PDT garantem no momento, fica a expectativa para saber os futuros dos vereadores Miltinho CGE, Bruno Miranda e Wagner Ferreira, correligionários da deputada federal. Bruno hoje é o líder do governo de Fuad na Câmara de Belo Horizonte, enquanto Wagner é o vice-líder. 

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