Após mais de oito horas, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro encerrou o seu depoimento na superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Moro acusou Bolsonaro de trocar o comando da PF para obter informações e relatórios sigilosos de investigações ao anunciar demissão, na semana passada.
Ele foi ouvido pela delegada Christiane Corrêa Machado, chefe do Setor de Inquéritos Especiais do Supremo Tribunal Federal. A oitiva é tomada por ordem do ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do caso.
No depoimento, Moro teria confirmado as acusações que fez contra o presidente Jair Bolsonaro e apresentado provas, como troca de mensagens e e-mails.
Moro chegou à sede da PF por volta das 13h15, mas entrou pelos fundos, evitando manifestantes contrários e a favor, que trocavam agressões verbais e físicas na porta da superintendência. Os manifestantes começaram a se dispersar no início da noite. Um entregador levou pizzas para a superintendência no início da noite.
Na véspera do depoimento de Moro, o presidente Jair Bolsonaro esteve reunido por cerca de três horas com o novo ministro da Justiça, André Mendonça, no Palácio da Alvorada.
Horas antes do depoimento de Moro, o presidente utilizou suas contas nas redes sociais chamou o ex-ministro de "Judas" ao divulgar vídeo em que uma pessoa não identificada diz ter ouvido vozes de outras pessoas que falariam com Adélio no momento do crime - mesmo com dois inquéritos da Polícia Federal, um deles já concluído, apontarem que o esfaqueador agiu sozinho.
Durante a manhã, ao deixar o Palácio do Alvorada, o presidente não quis falar com a imprensa, mas disse a apoiadores que não será alvo de nenhum "golpe" em seu governo."Ninguém vai fazer nada ao arrepio da Constituição. Ninguém vai querer dar o golpe para cima de mim, não", disse Bolsonaro.