A um dia da posse dos novos deputados, o PL decidiu nesta terça-feira (31) que irá liderar a formação de um bloco de apoio ao governo de Romeu Zema na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O partido é a segunda maior bancada do Legislativo, com 9 deputados.
"Será um bloco de apoio ao governo. A palavra 'oposição' não existe. Na reunião, reafirmamos a condição de que somos base do governo e que vamos apoiar, estar junto com o governo", disse o deputado Antônio Carlos Arantes (PL) sobre o encontro da bancada onde a decisão foi tomada.
O líder do do bloco encabeçado pelo PL deverá ser o deputado Gustavo Santana (PL).
Com a decisão, pelo menos inicialmente, Zema deverá ter dois blocos com deputados que apoiam o governo na ALMG: o formado principalmente partidos que estiveram oficialmente na coligação do governador, como PP e Patriota, e o bloco liderado pelo PL, que deve contar ainda com o União Brasil, o MDB e possivelmente a federação PSDB-Cidadania.
O tamanho e a divisão exata desses dois blocos ficarão claros somente a partir da próxima quinta-feira (2). Independente das definições, Zema terá apoio da maioria dos deputados. Na tarde desta terça-feira, o governador tem 40 parlamentares aliados, número que pode subir para 49 caso o PSD anuncie oficialmente que fará parte da base, como é esperado nos bastidores.
São necessários 39 votos para aprovar projetos de lei e 48 para emendar a Constituição Estadual e realizar privatizações das estatais.
O PL busca dar ares governistas ao bloco que decidiu criar, mas o grupo provavelmente também será composto por siglas menores que não declararam apoio explícito a Zema na ALMG, como o PDT, o MDB e o União Brasil.
Nesses partidos, há parlamentares que votam com o governador e outros que preferem se posicionar como independentes. Por isso, fora do PL, esse bloco também é chamado de bloco independente.
A oposição terá um bloco com 20 deputados de PT, PV, PCdoB, PSOL e Rede. Isso significa que a ALMG terá três blocos parlamentares, o que contraria o desejo do governo Zema.
A articulação política do governador trabalhou para a construção de apenas dois blocos: um “blocão” com todos os deputados que apoiam o Palácio Tiradentes e o bloco da oposição.
Esse cenário seria ideal para Zema. As comissões são preenchidas de forma proporcional ao tamanho dos blocos. Com apenas um "blocão" governista, o governo teria poder para indicar o presidente das principais comissões da ALMG e também ter maioria nesses colegiados.
As comissões são importantes pois cabe a elas analisar os projetos de lei antes deles seguirem para votação em plenário.
Com a divisão em três blocos, o governo deverá ter maioria dos membros nos principais colegiados, mas terá dificuldades em indicar aliados para presidir todas eles.
A prioridade do Palácio Tiradentes são as comissões de Constituição e Justiça, de Fiscalização Financeira e Orçamentária e de Administração Pública.