Os deputados estaduais do PSDB, que atualmente comandam a base de governo na Assembleia Legislativa (ALMG), vão se reunir com o presidente estadual da sigla, o deputado federal Paulo Abi-Ackel, para definir qual rumo vai tomar em relação à continuidade do apoio a gestão de Romeu Zema (Novo). O encontro deve acontecer até a segunda-feira (16), conforme adiantou o presidente.

"Eu lamento que tudo esteja acontecendo, porque torcia e torço para que Zema supere as dificuldades", comentou Abi-Ackel sobre a crise política vivida pelo governador. Sobre o posicionamento que o partido deve tomar, o presidente do PSDB mineiro informou que só vai se posicionar após a conversa com a bancada tucana na ALMG.

"Seria muito precipitado dar qualquer avaliação. Vou ouvi-los em primeiro e lugar e vamos ver se é possível (continuar apoiando o governo)", informou. O bloco de governo na ALMG se reúne na próxima terça-feira (17), após a reunião com o presidente, para sacramentar a decisão.

A crise do governo de Minas reacende uma demanda antiga de correntes do PSDB, que no ano passado, durante a eleição de Abi-Ackel para o comando da sigla, pregavam independência em relação ao Palácio Tiradentes. Os tucanos, no entanto, permaneceram na base de apoio a Zema.

Conforme informações de bastidores, apesar da crise, os tucanos vêm tentando manter uma postura de calma diante da situação. Um parlamentar ouvido pela reportagem afirmou que a bancada na ALMG está decepcionada. "Decepcionados estão, sem vontade de ajudar estão. Mas Zema é o governador, e temos que ajudar", avaliou um tucano.

"A simpatia entre o Novo e o PSDB, numa escala de zero a 10, é zero. Mas temos que pensar no Estado", disse outro deputado ouvido pela reportagem. Os tucanos também se preocupam com a situação do estado em 2022, quando a sigla deve disputar o governo. Na leitura do partido, conforme fontes ouvidas pela reportagem, não adiantaria vencer o pleito e herdar um estado ingovernável.