A prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Segurança Pública e do Instituto Médico Legal (IML), em parceria com a vereadora Duda Salabert (PDT), lançará um programa de “tolerância zero” em relação a assassinatos de pessoas transexuais e travestis na capital mineira.
A articulação, feita pela parlamentar, busca, tentar barrar os índices de mortalidade da minoria social, que, em Minas Gerais, são um dos mais altos do Brasil. O país, por sua vez, é o que mais mata pessoas trans há 13 anos. Além disso, há objetivo de respeitar, também, a identidade após a morte.
“Uma travesti quando é assassinada morre duas vezes. Tem a morte física, mas tem a morte simbólica. Matam a nossa identidade, ao não a respeitar. Matam nosso nome. Em Belo Horizonte, estamos articulando com a Secretaria de Segurança Pública, junto ao IML, a fim de evitar que violência como essa aconteça”, pontua Duda.
Salabert comentava o enterro de uma travesti em Aracaju, Sergipe, que foi sepultada como se fosse um homem, com terno e gravata, a pedido da família, que não aceitava sua identidade de gênero.
“No caso dela, [o desrespeito] foi em relação aos familiares, o que não temos controle. Mas queremos fazer com que órgãos públicos não possam fazer o mesmo”, ressaltou a vereadora.
“Parte desse programa que estamos construindo pressupõe um diálogo com o IML. Para que, quando ocorra a morte física, não haja a simbólica. Vamos ter uma reunião, nesta semana ou na próxima, para alinhar o lançamento”, conclui.