Tem algo de estranho no café da Câmara de Belo Horizonte. O fornecimento do pó foi suspenso na última terça-feira depois que as copeiras da Casa encontraram areia misturada ao produto, que é servido a vereadores, servidores e visitantes. Uma amostra do café Flor das Gerais foi enviada nessa quarta para a Vigilância Sanitária, que irá confirmar qual é a substância que despertou a desconfiança das funcionárias.
A licitação de R$ 35.116 pode ser suspensa se o resultado apontar que o café estava misturado a alguma substância indevida. Nesse caso, um novo processo será aberto. O valor correspondia à compra de 7.080 pacotes de 500 g durante um ano, além de açúcar e adoçante. A contratação foi feita em janeiro, e a Sady Temponi venceu pelo menor preço.
A partir desta sexta, segundo a assessoria da Casa, a empresa se comprometeu a enviar uma outra marca de café. Não há prazo para que a Vigilância Sanitária envie a conclusão da análise. O assunto ontem era um dos mais comentados nos corredores: “onde foi parar o café?”, “Ainda tem café no seu gabinete? Posso passar lá?”, eram as principais perguntas ouvidas.
Segundo o vereador Veré da Farmácia (PTdoB), a orientação dada aos gabinetes é trazer o próprio café de casa. Servidores e assessores que não haviam providenciado saíram à caça da bebida ontem. Alguns recorreram ao gabinete do presidente, onde havia café, mas tinham que esperar a autorização do chefe de gabinete para encher o copo.
Nas dependências da Câmara, funcionários faziam piada com a situação. “O café sempre foi horrível. Areia foi o que conseguiram ver a olho nu, mas imagina o que pode aparecer na análise técnica”, disse uma servidora.