Contas

Caixa dos partidos em MG fecha 2019 com saldo positivo de R$ 4,1 milhões

De acordo com os dados fornecidos ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG), as siglas gastaram pouco mais de R$ 20 milhões e arrecadaram R$ 24,2 milhões

Por Sávio Gabriel
Publicado em 05 de agosto de 2020 | 19:03
 
 
 
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Mais de 20 partidos políticos em Minas conseguiram guardar recursos em caixa em 2019 para ajudar nas contas partidárias em ano eleitoral. De acordo com as prestações de contas feitas junto ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas (TRE-MG), 22 siglas fecharam 2019 com uma arrecadação maior do que as despesas e, juntas, iniciaram 2020 com R$ 4,1 milhões de saldo positivo – quantia que será somada aos repasses previstos para este ano. No total, os partidos em Minas arrecadaram R$ 24,2 milhões e gastaram pouco mais de R$ 20 milhões.

O TRE-MG analisou a situação de 36 partidos com vigência no exercício político de 2019. Nesse cenário, o partido que mais conseguiu economizar foi o PSL, sigla pela qual o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se elegeu e da qual se desfiliou no ano passado. O diretório mineiro do partido conseguiu economizar R$ 1,5 milhão. A sigla ficou em terceiro lugar no ranking das maiores receitas, com uma arrecadação total de R$ 2,6 milhões.

“Obviamente que a gente gasta somente o necessário para poder fazer política. É importante levar em consideração que o PSL foi o que mais economizou, mas ao mesmo tempo o que mais cresceu em números de filiados e de comissões provisórias”, explicou o deputado federal Charlles Evangelista, presidente da sigla em Minas, detalhando que a gestão dos recursos é feita por ele juntamente com o deputado federal Marcelo Freitas.

“Fizemos vários encontros regionais sempre buscando um Orçamento com muita lisura e transparência”, complementou, ressaltando que o recurso que não foi gasto em 2019 será importante para promover o partido em Minas.

Os valores levam em consideração o Fundo Partidário, recurso a que as siglas têm direito para despesas do dia a dia, como contas de luz, água e salários. Conforme a minirreforma eleitoral, aprovada no ano passado, os recursos também podem ser utilizados pelos partidos para impulsionamento de conteúdos na internet, compra de passagens aéreas para não filiados e contratação de advogados e contadores.

O Partido dos Trabalhadores foi o segundo que mais economizou em Minas, fechando 2019 com um saldo positivo de R$ 437,3 mil. A sigla arrecadou R$ 3,8 milhões, contra uma despesa total de R$ 3,4 milhões.

No vermelho. Por outro lado, de acordo com o TRE-MG, sete partidos em Minas tiveram uma despesa maior que as receitas em 2019. É o caso do PV, que lidera a lista, com um saldo negativo de R$ 134,8 mil. A legenda arrecadou R$ 354,4 mil e somou R$ 489,2 mil em despesas. Já o Partido Liberal (PL) gastou R$ 522,9 mil e arrecadou R$ 411 mil, fechando o ano passado com um resultado negativo de R$ 111,8 mil

“Eles fazem uma conta simples e rasa. Esse fechamento não é matemático, porque não leva em conta o saldo que tínhamos em 2019. Tínhamos recurso em caixa para gastar, e o que está sendo considerado é o valor recebido do fundo partidário e das despesas”, explicou Osvander Valadão, presidente do PV em Minas, reforçando que a legenda não terá dificuldades para fazer frente às despesas administrativas ao longo de 2020. A reportagem não conseguiu contato com o presidente do PL em Minas.

 

DEM foi o que mais recebeu doações de pessoas físicas

Dos R$ 24,2 milhões arrecadados pelas siglas, cerca de 84% foi do Fundo Partidário. A doação de pessoas físicas às legendas somaram R$ 3,4 milhões e, nesse cenário, o destaque vai para o Democratas, que concentrou a maior parte das doações. A legenda em Minas recebeu pouco mais de R$ 1 milhão nesse formato de arrecadação, valor que corresponde a 60,1% do total que o partido recebeu em 2019.

“Em 2019, o partido buscou doações privadas de pessoas físicas, único mecanismo que a lei autoriza, para honrar significativo volume de dívidas partidárias e eleitorais decorrentes da eleição de 2018”, explicou em nota o senador Rodrigo Pacheco, presidente do partido em Minas. Segundo ele, a legenda evitou “o uso de recursos do fundo partidário e eleitoral, que têm natureza pública”.

No ano passado, segundo os dados do TRE-MG, o DEM recebeu R$ 683 mil do fundo partidário. Sobre as expectativas para este ano, o senador afirmou que o “continuará buscando contribuições de pessoas físicas, no sentido de evitarmos ao máximo gastos de recursos públicos”.

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