Em sessão na segunda-feira (30), a Câmara Municipal de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, cassou o mandato do vereador afastado Rodi Borges (PL). A decisão teve 24 votos favoráveis do total de 27 parlamentares.

Borges foi o quarto vereador cassado em Uberlândia desde o início do ano. Também em março perderam os mandatos os vereadores Wilson Pinheiro (PP), Juliano Modesto (suspenso do SD) e Alexandre Nogueira da Costa (PSD) - todos por envolvimento em práticas ilícitas denunciadas por operações realizadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual.

O vereador cassado na segunda-feira estava afastado do mandato por denúncias de enriquecimento ilícito, desvio e apropriação de verba pública e improbidade administrativa e foi cassado por falta de decoro. Ele não compareceu à sessão de julgamento nem enviou representante legal e também não apresentou defesa. Também não atendeu às ligações de O Tempo.

Além dos quatro vereadores já cassados, outros 11 também estão com processos de cassação em aberto na Câmara de Uberlândia, mas ainda sem data para julgamento. A assessoria da Casa informou que seguem sendo realizadas audiências de instrução dos processos e que, a partir de quarta-feira (1º), as sessões da Casa serão virtuais por conta das medidas de segurança adotadas para conter a pandemia de coronavírus.

Pedido de cassação negado

Também foi apresentado na sessão de segunda-feira, o pedido de cassação de mandato do vereador Paulo César (Solidariedade), o PC. No entanto, os vereadores decidiram pela não abertura de processo e, consequentemente, a não formação de comissão processante.

PC é um dos investigados na Operação “Má Impressão”, que apura uso irregular de verba indenizatória em esquemas com gráficas. Ele esteve afastado até 12 de fevereiro, quando retomou as atividades legislativas.

Posse 

Ainda na sessão, Guilherme Miranda (PSD) tomou posse como vereador na vaga deixada por Michele Bretas (Avante), que renunciou na última terça-feira (24). Ela deixou o mandato após acordo com o MPE pois também figurava como uma das investigadas na Operação "Má Impressão" por uso indevido de verba de gabinete em contratos com gráficas.

Entenda o caso

No ano passado, 22 dos 27 vereadores de Uberlândia foram presos em decorrência de operações do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A primeira delas foi a operação Poderoso Chefão, que deu origem posteriormente às operações Mercúrio, Torre de Babel, Guardião e Má Impressão.

Entre as denúncias envolvendo a maior parte dos parlamentares da cidade estavam: irregularidades na contratação da Cooperativa dos Transportadores de Passageiros e Cargas de Uberlândia (Coopass); esquema de desvio de recursos da verba indenizatória; superfaturamento de notas de serviços de gráfica; e suposto esquema fraudulento na contratação da empresa que presta serviço de vigilância ao Legislativo municipal.