Dois dos 22 vereadores presos no ano passado em decorrência de operações do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), tiveram seus mandatos cassados na Câmara Municipal de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, nesta sexta-feira (6). No total, o Legislativo da cidade conta com 27 cadeiras.

Juliano Modesto (suspenso do SD) respondia a três processos administrativos na Casa e foi condenado nos três: uso indevido da verba indenizatória; envolvimento no esquema de desvio de verbas; e obstrução de justiça. Ele foi preso durante a operação Poderoso Chefão, realizada em outubro do ano passado, e também foi investigado em duas operações que decorreram dela: Má Impressão e Torre de Babel.

Também perdeu o mandato Alexandre Nogueira da Costa (PSD). Ele respondia a três processos na Câmara e foi condenado em dois deles: pela compra de um veículo em nome de um laranja; e por participação em esquema de desvio de recursos públicos. No terceiro ele foi absolvido por obstrução de justiça. Nogueira também estava afastado desde outubro de 2019 em decorrência da mesma operação.

Além deles, segundo o atual presidente da Câmara, vereador Ronaldo Tannus (MDB), será julgado na próxima terça-feira (10) o pedido de cassação de Wilson Pinheiro (PP) - também preso em outubro passado. Tannus é suplente de Roger Dantas (Patriota) que renunciou após ser preso nas operações do Ministério Público no ano passado.

Outros 12 parlamentares afastados também estão com processos de cassação em aberto, mas ainda sem data de julgamento no Legislativo.

Ainda segundo Tannus, as sessões desta sexta ocorreram sem grande tumulto e os vereadores acusados não compareceram ao local. Com a cassação, os suplentes que assumiram no lugar de ambos serão efetivados nos cargos de vereador. “As denúncias foram julgadas procedentes e, na segunda-feira (9), vamos efetivar os suplentes Leandro Neves (PSD) e Walkir Amaral (SD)”.

No ano passado, 22 dos 27 vereadores de Uberlândia foram presos e afastados dos cargos acusados de envolvimento em diversas irregularidades apuradas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público. A primeira delas foi a operação Poderoso Chefão, que deu origem posteriormente às operações Mercúrio, Torre de Babel, Guardião e Má Impressão.

Entre as denúncias envolvendo a maior parte dos parlamentares da cidade estavam: irregularidades na contratação da Cooperativa dos Transportadores de Passageiros e Cargas de Uberlândia (Coopass); esquema de desvio de recursos da verba indenizatória; superfaturamento de notas de serviços de gráfica; e suposto esquema fraudulento na contratação da empresa que presta serviço de vigilância ao Legislativo municipal.