PROTAGONISMO MINEIRO

Caminho para candidatura à presidência da CNM é natural, afirma Julvan Lacerda

Ex-presidente da Associação Mineira de Municípios é um dos nomes mais cotados ao posto

Por Ana Clara Moreira
Publicado em 10 de maio de 2023 | 18:25
 
 
 
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A construção de uma candidatura à presidência da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) é um caminho considerado natural para o ex-presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Julvan Lacerda.

“Eu estou na primeira vice-presidência da CNM já há dois mandados e isso naturalmente é um caminho para que eu possa ser um nome, que está sendo levantado pelos prefeitos do Brasil inteiro. Já existe esse movimento para que eu possa pleitear a presidência no próximo triênio, eu tenho disposição para isso e estamos aqui trabalhando. A nossa bandeira é o municipalismo e as entidades são instrumentos para que ela possa ser hasteada”, afirmou Lacerda à reportagem do jornal O Tempo nesta quarta-feira (10), durante participação no 38º Congresso Mineiro de Municípios.

No dia anterior, no mesmo evento, o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Tadeu Martins Leite (MDB), trouxe à tona a possibilidade de ascensão de Julvan na Confederação.

Lacerda também destacou a importância do protagonismo de Minas Gerais, estado com maior número de municípios do Brasil, na entidade: “Minas é uma síntese do Brasil. Nós temos municípios no semiárido, com desenvolvimento econômico, com dificuldade econômica. Na mesma época do ano, temos municípios com estado de calamidade decretado por chuva, enquanto em outras regiões têm municípios com decretos relacionados à seca. Isso nos condiciona a saber o que é o Brasil, para levarmos ao país as boas práticas que temos em Minas por meio da Confederação Nacional dos Municípios”.

Reforma tributária mexe com interesse de poderosos

Um dos temas de maior repercussão no 38º Congresso Mineiro de Municípios foi a reforma tributária, que afeta a arrecadação de impostos das prefeituras. Para Julvan, é “ilusão” pensar que o texto será concluído e aprovado ainda em maio, como previsto inicialmente pelo grupo de trabalho que trata do assunto na Câmara dos Deputados.

Segundo ele, as mudanças têm impacto direto “na vida do cidadão, mas também na vida de muitos poderosos, que têm interesse nesse sistema complexo, por que ele facilita, a quem tem o conhecimento, burlar. Por isso tem muita gente jogando contra a simplificação do sistema tributário nacional”.

Além de simplificar a forma de arrecadação de tributos, o movimento municipalista pede que a reforma sirva para explicitar como os valores são distribuídos.

“Hoje cerca de 70% do imposto arrecadado no país fica na mão da União e dos estados. E os municípios, onde os cidadãos vivem, onde os serviços são realmente prestados, ficam com menos de 30%. Esse dinheiro fica na mão do governo federal, em especial, e é gasto com corrupção, burocracia e privilégios que nos municípios não têm. Então nós queremos essa transparência também, não só na forma da arrecadação do imposto que o cidadão paga, mas na forma como esse imposto é aplicado e devolvido ao cidadão. Nós estamos acompanhando de perto, é uma reforma muito importante, necessária e nós estamos aqui para poder somar, para ver ela acontecer”.

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