O ministro da Educação, Abraham Weintraub, sugeriu na manhã desta quarta-feira (20), em postagem no Twitter, que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) seja adiado por 30 a 60 dias. A postagem foi quase simultânea a uma conversa do presidente Jair Bolsonaro com apoiadores no Palácio do Alvorada, em que ele afirmou que ainda não era momento para se falar em adiamento, pedindo para “esperar um pouquinho”.
Na terça-feira (19), o Senado Federal aprovou o texto-base do projeto que suspende a realização da prova em decorrência da pandemia do novo coronavírus. A proposta não estabelece uma nova data, mas prevê que processos seletivos como o Enem devem ser postergados enquanto durar o estado de calamidade decretado por conta da pandemia. O projeto agora passará por votação na Câmara dos Deputados antes de ir à sanção presidencial.
Diante dos recentes acontecimentos no Congresso e conversando com líderes do centro, sugiro que o ENEM seja adiado de 30 a 60 dias. Peço que escutem os mais de 4 milhões de estudantes já inscritos para a escolha da nova data de aplicação do exame.
— Abraham Weintraub (@AbrahamWeint) May 20, 2020
“Diante dos recentes acontecimentos no Congresso e conversando com líderes do centro, sugiro que o Enem seja adiado de 30 a 60 dias. Peço que escutem os mais de 4 milhões de estudantes já inscritos para a escolha da nova data de aplicação do exame”, escreveu Weintraub em sua rede social.
O ministro ainda completou informando que a participação dos estudantes inscritos poderá ser feita por meio do site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) de forma “direta, democrática, transparente e segura”.
Críticos da realização da prova durante a pandemia, como o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), afirmam que a necessidade de meios digitais para a preparação acentua as desigualdades entre os estudantes brasileiros.
“Efetivamente 40% dos jovens deste país não têm acesso à internet. No Amazonas, isso é gravíssimo, porque praticamente 80% dos nossos jovens no interior do Estado não têm acesso à internet. A questão do conteúdo também é fundamental”, afirmou o senador durante a sessão realizada na terça-feira.
Nessa terça, Weintraub já havia se manifestado no Twitter a favor de organizar uma espécie de votação entre os participantes do Enem, para consultá-los sobre o adiamento do exame. Segundo ele, 4 milhões de pessoas já se inscreveram para realizar a edição de 2020 da prova.