BRASÍLIA — O deputado Guilherme Boulos indicou que irá protocolar uma ação nesta quarta-feira (15) contra o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) por uma publicação feita nas redes sociais sobre a ampliação do monitoramento das transações pelo Pix. Boulos classificou as declarações de Nikolas como mentirosas. "Como todo bolsonarista, é um covarde. Fugiu do debate. Vamos ver se agora vai fugir do oficial de Justiça", disse. 

A ação de Boulos mira uma gravação feita por Nikolas Ferreira. O registro com pouco mais de quatro minutos de duração foi publicado nessa terça-feira (14) e, um dia depois, acumula 238 milhões de visualizações. Na gravação, o político mineiro insinua que o governo pode decidir taxar o Pix. "O pix não será taxado, mas não duvido que possa ser", disse. 

A medida adotada pela Receita Federal em setembro do ano passado virou alvo de desinformação. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desmentiu as notícias falsas que têm circulado nas redes sociais. Em uma gravação publicada no último dia 10, o petista doou R$ 1.013 para o pagamento da dívida do Corinthians e reforçou que as transações por Pix não serão taxadas. "Tem uma quantidade enorme de mentiras dizendo que o governo vai taxar o Pix. Quero provar que é mentira. O governo não vai taxar o Pix. O que nós podemos fazer é fiscalizar para evitar lavagem de dinheiro", declarou. 

Diante da onda de desinformação, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o governo federal recorrerá à Justiça contra os autores de notícias mentirosas sobre a nova instrução normativa da Receita Federal sobre o Pix. Os boatos começaram a partir da informação de que o órgão receberá dados sobre transações bancárias entre pessoas físicas que ultrapassem R$ 5 mil. O objetivo da Receita não era taxar as pessoas, mas coibir sonegação fiscal.

As informações mentirosas viralizaram a tal ponto que o governo federal determinou, nesta quarta-feira, a revogação do ato que previa a ampliação da fiscalização do Pix. A informação foi confirmada pelo secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas. Ele justificou que a revogação aconteceu como consequência das ações de "pessoas inescrupulosas que deturparam o ato da Receita Federal, desacreditando esse sistema de pagamento muito importante".