BRASÍLIA — Segunda maior bancada partidária do Senado Federal, o Partido Liberal condicionou o apoio à candidatura de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para a sucessão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) à anistia. 

A legenda pretende cobrar Alcolumbre, após a eleição no sábado (1º), para garantir a tramitação do Projeto de Lei (PL) que anistia os presos do 8 de janeiro, ainda em discussão na Câmara dos Deputados, e também de uma segunda proposição que beneficiaria figuras com direitos políticos cassados por relação com as invasões aos prédios públicos naquela data.

O intuito da articulação é pavimentar a aprovação de uma proposta para derrubar a condenação de Bolsonaro à inelegibilidade e facilitar que ele concorra na próxima eleição.

Uma das estratégias do PL para alcançar o feito foi negociar a primeira vice-presidência do Senado Federal com Davi Alcolumbre. Ao que tudo indica, o partido assumirá o cargo com Eduardo Gomes (PL-TO). 

Na sexta-feira (24), o próprio Bolsonaro declarou que a vice-presidência facilitaria a tramitação do PL da Anistia. "Estamos negociando uma primeira vice-presidência. Aí, na ausência do Alcolumbre, [o vice-presidente] consegue colocar em votação a anistia. O que fazem com essas pessoas presas é tortura", disse à revista Oeste, se referindo ao projeto em tramitação na Câmara e que anularia as condenações dos presos pelo 8 de Janeiro. 

A articulação do PL não se restringiu ao Senado Federal, e o partido também tratou do assunto com Hugo Motta (Republicanos-PB), favorito à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na Câmara dos Deputados. Bolsonaro declarou que Motta se comprometeu a 'não engavetar o projeto de Anistia'. 

"O pessoal da esquerda diz que há um compromisso dele [Hugo Motta] em não pautar o tema. Mas, é assim que a esquerda age. Eles não querem a anistia", afirmou Bolsonaro. 

As eleições para as Mesas da Câmara e do Senado acontecem neste sábado (1º). A perspectiva é que as Casas elejam Hugo Motta e Davi Alcolumbre. Os dois nomes são tratados como opções consensuais pelas bancadas e acumulam os apoios majoritários dos partidos.