BRASÍLIA - Diante da crise entre governo federal e Legislativo gerada pelo aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), 61% das postagens nas redes sociais que trataram do assunto foram de críticas ao Congresso Nacional e 11% delas mencionaram negativamente o Executivo. O levantamento foi realizado pelo instituto de pesquisa Quaest entre os dias 24 de junho e 4 de julho. 

De acordo com o instituto, foram analisadas 4,4 milhões de menções. Além daquelas que apontavam o governo ou o Legislativo diretamente, 28% foram neutras. Um outro recorte foi feito em relação ao presidente Lula (PT) e apenas 15% das publicações destacaram o petista, sendo que 45% foram com teor positivo e 31% negativo. 

A metodologia utilizada pela Quaest levou em consideração as menções sobre o tema feitas nas plataformas X, Instagram, Facebook, Reddit, Tumblr e YouTube, além de site de notícias por API própria da Quaest, após buscas feitas por palavras-chave.

Na última terça-feira (1), o governo federal decidiu acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) contra a derrubada, realizada pelo Congresso, da proposta que altera a alíquota do IOF, elaborada pelo Executivo. A crise que havia se intensificado no mês passado, quando os parlamentares decidiram invalidar o texto do governo sobre o imposto, ganhou um novo elemento nesta semana com o ingresso da ação pela Advocacia-Geral da União (AGU).  

Em coletiva de imprensa na mesma terça-feira, o deputado José Guimarães destacou que não se tratava de um “confronto com o Congresso”. “Respeitamos a decisão do Congresso, mas o Congresso também tem que respeitar as atribuições privativas do Poder Executivo. O Supremo foi chamado para fazer uma declaração de constitucionalidade do decreto que instituiu o IOF, não é para peitar o Congresso, é para preservar as prerrogativas do Executivo”, disse. 

O parlamentar acrescentou ainda o esforço atual do governo. “O esforço que estamos fazendo não é chamar o país contra o Congresso. Nossa luta é contra a fome, é para que aqueles que não pagam imposto, paguem, e jamais comprometer aqueles que estão no andar debaixo”, destacou.