O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou nesta terça-feira (16) que apelou aos sindicatos que representam instituições federais de ensino de que não havia necessidade de greve neste momento. De acordo com ele, o governo está aberto ao diálogo. O ministro falou nesta terça-feira (16) na Comissão de Educação do Senado.
"Eu pessoalmente recebi dois sindicatos de servidores técnico-administrativos dos institutos federais e universidades no meu gabinete, aliás, fazendo um apelo que não havia necessidade de fazer greve agora. Porque greve para mim é quando não há mais diálogo, quando se encerrou negociação ou toda e qualquer possibilidade de melhorias. [...] "O Ministério da Educação e o governo estão abertos ao diálogo, está sentado à mesa com representantes dos professores e servidores", disse.
Camilo lembrou que houve um reajuste linear de 9% aos servidores públicos federais no ano passado e que o Ministério da Educação não tem possibilidade de abrir recursos próprios para um novo aumento da classe. Mas há uma mesa de negociação com o Ministério da Gestão e uma reunião marcada para o dia 19 para que seja apresentada uma proposta.
"O governo já sinalizou com recursos adicionais para que a gente possa negociar com os servidores não só a questão do plano, mas também do reajuste salarial para essa categoria", declarou o ministro.
"O governo do presidente Lula reconhece o papel dos servidores da educação. Nós passamos seis anos sem nenhum reajuste de servidores públicos federais. No primeiro ano do governo Lula, foi dado um reajuste linear de 9%, quase o dobro da inflação do ano, para todos os servidores federais. O impacto disso no orçamento do Ministério da Educação foi de quase R$ 9 bilhões. Nós temos a maior folha da Esplanada, que são professores e servidores universitários", completou Camilo.
Até o último balanço, 24 universidades, institutos federais e centros de educação tecnológica estão com atividades paralisadas, segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN).
A categoria exige reajuste salarial de 22%, a ser dividido em três parcelas iguais de 7,06% -a primeira ainda para este ano e outras para 2025 e 2026. Há a cobrança, ainda, de investimentos públicos nas instituições federais de educação. Os servidores federais da educação pretendem pressionar o governo em uma marcha a Brasília (DF) convocada para esta quarta-feira (16).