A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro iniciou o depoimento de George Washington de Oliveira Sousa, nesta quinta-feira (22). Mas logo nas primeiras perguntas feitas pela relatora, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), ele evocou o direito de permanecer calado.

George Washington foi um dos envolvidos na tentativa de explosão de uma bomba no Aeroporto de Brasília, na véspera do Natal de 2022. O artefato só não foi  acionado por causa de um erro técnico dos terroristas.

Como George está sendo ouvido pela CPMI na condição de investigado, e não de testemunha, a advogada que o acompanha anunciou, desde o início, que seu cliente não responderia a nenhuma pergunta feita pelos deputados e senadores.

Em seguida, o presidente da CPMI, o deputado Arthur Maia (União-BA), anunciou a chegada de um habeas corpus, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizando o depoente a permanecer em silêncio apenas em questionamentos que pudessem incriminá-lo. Caso descumpra a norma, Maia tem pode decretar uma nova prisão de George.

Ainda assim, ele se recusou a responder a quase todas as perguntas feitas pela relatora no início dos trabalhos. Em certo momento, não responder qual era sua ocupação antes de viajar do Pará para Brasília, onde tentou cometer o atentado no aeroporto, Arthur Maia intercedeu.

“O senhor não responder qual era a sua atribuição e função, realmente jpa o coloca na situação de que o senhor se negando a dar respostas de fatos que não o incriminam”, disse.

A pedido de Arthur Maia, o depoente chegou ao plenário da CPMI sem algemas. Ele está preso desde a noite do dia 24 de dezembro, quando logo após policiais desarmarem a bomba colocada sob um caminhão-tanque com combustível de aviação parada em um dos acessos ao terminal aéreo. George foi condenado a 9 anos e 4 meses de prisão.

Paraense, George Washington tem 54 anos e era gerente de um posto de combustíveis em Santarém (PA). Ele, que disse estar em Brasília para participar do acampamento de aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) em frente ao QG do Exército, na região militar, confessou ter montado o artefato e entregue a outra pessoa. 

A intenção inicial era explodir um poste de energia para deixar a capital sem luz. Depois, porém, a bomba foi colocada em um caminhão-tanque, encontrada pelo motorista do veículo e desativada pela polícia antes de o veículo acessar a pista interna do terminal aéreo.

Oriundo de Xinguara, no Pará, George Washington saiu de Santarém para participar dos atos em Brasília por intervenção militar e anulação da eleição que deu vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nas redes sociais, ele fazia uma defesa ardorosa de Jair Bolsonaro e críticas ácidas contra o petista.

O TEMPO agora está em Brasília. Acesse a capa especial da capital federal para acompanhar as notícias dos Três Poderes.