INVESTIGADOS

Bolsonaro vai a lançamento de pré-candidatura de Ramagem no Rio

Ambos estão no centro de investigações sobre suposto plano golpista e espionagem ilegal na Abin

Por Levy Guimarães
Publicado em 16 de março de 2024 | 11:49
 
 
 
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participa, neste sábado (16), do lançamento da pré-candidatura do deputado federal Delegado Ramagem (PL) à prefeitura do Rio de Janeiro, em evento na quadra da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel.

Esta é a primeira aparição pública de Bolsonaro após os depoimentos, revelados nesta sexta-feira (15) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que apontam que o ex-presidente teria apresentado a comandantes das Forças Armadas uma minuta do que seria um golpe de Estado para se manter no poder após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.

Em depoimentos à Polícia Federal (PF), os ex-comandantes do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Almeida Baptista Júnior, disseram que Bolsonaro sabia da chamada “minuta golpista” e apresentou opções de medidas para impedir a posse de Lula. Entre elas, GLO (Garantia da Lei e da Ordem), estado de defesa e de sítio em relação ao processo eleitoral. 

Baptista Júnior relatou aos investigadores que Freire Gomes chegou a comunicar que prenderia Bolsonaro caso ele tentasse colocar em prática um golpe de Estado. Por outro lado, o então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, colocou as tropas à disposição ao discutir as minutas apresentadas por Bolsonaro, segundo Baptista Júnior.

‘Abin paralela’

Já o deputado Delegado Ramagem está no centro da investigação que apura um suposto esquema ilegal de espionagem na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro, que ficou conhecido como "Abin paralela". A instituição era chefiada por Ramagem.

As suspeitas são de monitoramento ilegal de autoridades públicas e outras pessoas, utilizando ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis, como celulares, sem autorização judicial.

Outros policiais exerciam a função subordinada cumprindo as determinações de monitoramento de alvo e produzindo relatórios. Havia ainda outros responsáveis por diligências que resultaram na tentativa de vinculação de parlamentares e ministros do Supremo à organização criminosa.

De acordo com a Polícia Federal, “após aprofundamento das investigações”, foi identificada uma organização criminosa que tinha como intuito monitorar ilegalmente pessoas, entre elas autoridades públicas, invadindo aparelhos celulares e computadores. Entenda os principais pontos do relatório, quem estava sendo monitorado e quem seria beneficiado.

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