Investigação

CPI da Covid ouve na próxima semana advogada de médicos da Prevent Senior

Bruna Morato representa os médicos que entregaram à CPI um dossiê com irregularidades no tratamento de pacientes com Covid pela operadora de saúde

Por Lucyenne Landim
Publicado em 23 de setembro de 2021 | 13:49
 
 
 
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga ações e omissões do governo federal na condução da pandemia de Covid-19 vai ouvir a advogada Bruna Morato na próxima terça-feira (28). 

Ela representa o grupo de médicos que apresentou à CPI um dossiê com denúncias de irregularidades no tratamento de pacientes com Covid pela operadora de saúde Prevent Senior. 

A comissão foi procurada pela advogada, que se colocou à disposição para prestar os esclarecimentos. O requerimento para a convocação dela foi aprovado nesta quinta-feira (23).

"Ela se dispôs a vir à CPI. Será um depoimento, com certeza absoluta, esclarecedor para todos nós – esclarecedor! Até porque o que ficou muito claro no depoimento do diretor da Prevent Senior é que ele transfere todas as responsabilidades à autonomia médica. Em momento algum ele disse que a direção era responsável por isso", afirmou o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM).

A Prevent Senior teria ocultado mortes em um estudo para testar a eficácia da hidroxicloroquina contra a doença e  prescrever o chamado “kit Covid-19” a pacientes. A suspeita é de que nove pessoas tenham morrido durante o experimento, mas apenas dois óbitos foram mencionadas pela operadora de saúde.

O diretor-executivo da empresa, Pedro Benedito Batista Junior, foi interrogado na quarta-feira (22). Ele negou que tenha havido "testagem em massa" de medicamentos sem eficácia comprovada contra Covid-19 em pacientes internados no hospital da operadora de saúde. Apenas admitiu a realização de um "estudo observacional". 

Segundo ele, nenhum médico foi "incitado" a receitar os medicamentos e cada um teve autonomia junto ao paciente.

Batista também admitiu a orientação da empresa para mudar a classificação da doença em pacientes com Covid-19 após 14 dias em quartos e enfermaria, e 21 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O ato foi comparado à eutanásia por senadores e o diretor se tornou investigado pela CPI.

 

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