Pandemia

Deputada bolsonarista pede suspensão da vacinação de crianças contra Covid-19

Motivação de Carla Zambelli é vacinação irregular de crianças na Paraíba com doses para adultos; autoridades sanitárias garantem segurança da vacina pediátrica da Pfizer

Por Lucyenne Landim
Publicado em 18 de janeiro de 2022 | 13:58
 
 
 
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A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) pediu ao Ministério da Saúde, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ao Ministério Público Federal (MPF) a suspensão da vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19. A parlamentar é aliada e defensora das posições do presidente Jair Bolsonaro (PL), que já se manifestou reiteradas vezes contra os imunizantes disponíveis.

A motivação da parlamentar foi a imunização de pelo menos 48 crianças na cidade de Lucena, na Paraíba, com doses da vacina da Pfizer para o público adulto sem a autorização e o conhecimento de autoridades sanitárias entre 29 de dezembro e 11 de janeiro. A vacinação irregular está sendo investigado pelo MPF, que informou ser um caso isolado.

O ocorrido em Lucena, porém, não tem relação com a campanha de vacinação pediátrica oficial iniciada na última sexta-feira (14), que segue fluxo normal com doses da Pfizer específicas para o público infantil e autorizadas para uso pela Anvisa. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também comentou que a vacina correta é segura para crianças.

A deputada pediu ao governo “providências após o caso de crianças que tiveram reações adversas por receberem doses para adultos na Paraíba”. A suspensão da campanha, na avaliação dela, deve acontecer para que seja feita uma “reavaliação da segurança, uma vez que adolescentes recebem doses para adultos e a diferença de idade entre as crianças que receberam a dose adulta e os adolescentes é pouca”.

Zambelli apontou relatos de mães que, após vacinarem seus filhos, notaram reações como febre e dor no braço. Os sintomas, no entanto, são considerados normais por entidades científicas. Segundo a Anvisa, “a maioria dos efeitos colaterais que ocorrem com o uso da vacina é de natureza leve e transitória. Os eventos adversos mais comuns após a vacinação são dor no local da aplicação, fadiga, cefaleia (dor de cabeça), dor muscular, calafrios, dor nas articulações e febre”.

Para a parlamentar, é importante a “adoção de medidas seguras e eficazes no combate à pandemia”, mas, “em primeiro lugar, deve ser priorizada a plena segurança de todos aqueles que optem por receber a imunização”.

O ofício com a suspensão da vacinação pediátrica foi enviado também para a Secretaria de Saúde do Estado da Paraíba e para a Secretaria de Saúde do Município de Lucena, onde a vacinação irregular de crianças foi registrada.

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