O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), criticou, nesta quarta-feira (16) a política de preços da Petrobras, baseada na variação do preço do petróleo no mercado internacional. Assim como o presidente Jair Bolsonaro, ele mostrou insatisfação com o último reajuste anunciado pela empresa, na última quinta-feira, de 18,8% na gasolina e 24,9% no diesel.
Na chegada à Câmara, Lira mencionou a queda no preço do barril do petróleo nos últimos dias. Após ter batido quase US$ 140 na semana passada, o barril Brent, considerado referência no mercado, fechou em US$ 99,91 nesta terça-feira (15).
“O barril sobe e a gente aumenta. O barril baixa e a gente não baixa? É importante que a Petrobras recue o preço do aumento que deu. Porque o dólar está caindo e o barril está caindo, então são dois componentes que fazem a política de preço da Petrobras”, disse o deputado.
Questionado por jornalistas sobre como avalia a gestão do atual presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, Lira desconversou.
"Não posso avaliar, não tenho a visão interna da Petrobras, não tenho o relacionamento interno da Petrobras. A única crítica que eu fiz foi realmente que a Petrobras não precisaria ter dado um aumento do tamanho que deu de uma vez só."
Nesta quarta, o presidente Jair Bolsonaro admitiu que pode demitir o mandatário da Petrobras.
Arthur Lira descartou, no momento, as chances de avançar na Câmara o projeto que cria uma conta de estabilização para o preço dos combustíveis, aprovado na última semana pelo Senado.
No mesmo texto, consta a criação de um auxílio-gasolina para motoristas de aplicativo, taxistas e motociclistas, mas que só seria implementado após as eleições.
O presidente da Câmara disse que o projeto está “fora do radar” e que no momento, “não tem necessidade” de agilizar a tramitação.
"Não tem essa necessidade ávida, ele não vai resolver, é uma conta de compensação que pode ser melhor estudada, tem prós e tem contras. Tudo no seu tempo", afirmou.
Para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a declaração de Lira é uma quebra de expectativa. Mas se disse disposto a conversar com lideranças da Câmara sobre o tema e minimizou a postura do deputado.
“Quebra a expectativa, mas não quebra acordo, não foi feito nenhum tipo de acordo na aprovação desse projeto de lei, embora eu entenda como um excelente projeto”, pontuou.
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