O presidente Jair Bolsonaro disse, neste sábado (12), que está insatisfeito com a atual política de preços da Petrobras e com o reajuste dos combustíveis anunciado pela estatal na última quinta-feira (10).
Porém, em entrevista após um evento do partido dele, o PL, em Brasília, disse que não deve interferir nos preços praticados pela empresa.
“Para mim, é um lucro absurdo que a Petrobras tem em um momento atípico no mundo. Não é uma questão apenas interna nossa. Falar que eu estou satisfeito com o reajuste, não estou satisfeito com o reajuste. Mas não vou interferir no mercado”, pontuou.
Bolsonaro ainda afirmou que “ninguém entende” a Política de Paridade Internacional (PPI), atual modelo adotado pela Petrobras de definir os preços dos combustíveis. Adotado no início do governo Michel Temer, o método leva em consideração os preços do mercado internacional.
Porém, o presidente sinalizou que só tomaria uma eventual decisão sobre a estatal após consultar a equipe do Ministério da Economia.
“A Petrobras não pode trabalhar exclusivamente visando o lucro. Esse atrelamento é bom para o mercado e para os acionistas, mas é péssimo para o consumidor brasileiro. São coisas sensíveis que eu não posso decidir sem ouvir as pessoas adequadas”.
Quando questionado sobre a possibilidade de substituir o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, Bolsonaro desconversou e disse que “todo mundo tem possibilidade de ser trocado, exceto o presidente e o vice-presidente da República”.
Já sobre um possível subsídio ao preço da gasolina, o presidente afirmou que isso também passa pela avaliação do ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo o presidente, é uma medida "excepcional", mas pode ser adotada se o preço do barril do petróleo disparar.
Na noite de sexta-feira (11), Jair Bolsonaro sancionou o projeto que muda a forma de cálculo do ICMS sobre os combustíveis, aprovado no dia anterior pelo Congresso. Sobre o outro projeto relacionado aos combustíveis que tramita no Legislativo, o que cria uma conta de estabilização para o valor dos produtos, o presidente disse que também vai ouvir Paulo Guedes antes de se posicionar.
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