O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que pode instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as suspeitas de irregularidades em repasses de verbas do Ministério da Educação, mas mostrou ressalvas à ideia.
O movimento foi retomado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) após a prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro. Até o fim da tarde desta quarta-feira (22), foram coletadas 26 das 27 assinaturas necessárias para o pedido.
“Esse requerimento de CPI e outros requerimentos de CPI devem observar os requisitos que se exigem para a observação da presidência do Senado. E cumpridos todos os requisitos, toda e qualquer CPI será instalada”, disse Pacheco.
No entanto, Pacheco sinalizou que pode haver dificuldades em se instalar o colegiado às vésperas do início da campanha eleitoral.
“Sob o aspecto de conveniência e de oportunidade, em um momento pré-eleitoral e muito próximo das eleições, isso de fato é algo que prejudica o escopo de uma CPI, que é uma investigação isenta, que é o tempo necessário e a própria composição dela com todos os senadores dedicados à comissão”, destacou.
O presidente do Senado disse que só vai decidir se acata o requerimento após ele ser protocolado. Ele também levantou a possibilidade de submeter o documento ao colégio de líderes partidários da Casa, juntamente com outros pedidos de CPI.
Em abril, como contraofensiva, o hoje líder do governo, senador Carlos Portinho (PL-RJ), conseguiu reunir assinaturas para a criação de outra CPI, com objetivo de investigar obras dos governos petistas na área da educação.
Prisão de Milton Ribeiro
Questionado por jornalistas, Rodrigo Pacheco classificou a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro como “algo grave” e que terá efeitos políticos.
“O governo naturalmente deve dar as suas explicações, sobretudo o atual Ministério da Educação em relação a aquilo que possa ter acontecido”.
No entanto, o senador afirmou que não fará “pré-julgamentos” em relação ao ex-titular da pasta.
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