DESINFORMAÇÃO

STF forma maioria para manter poderes ampliados do TSE sobre fake news

Justiça Eleitoral seguirá podendo ordenar que conteúdos considerados falsos sejam excluídos

Por Levy Guimarães
Publicado em 16 de dezembro de 2023 | 20:39
 
 
 
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O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para manter a resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de 2022, que ampliou os poderes da Corte para o combate a notícias falsas. Os ministros analisam, em plenário virtual, uma que ação questiona as novas regras.

A norma em vigor prevê que o TSE pode ordenar a remoção de conteúdos classificados como falsos pelos ministros e que tenham sido compartilhados em mídias digitais. Também acelera o prazo para que as plataformas promovam a exclusão das fake news. O mesmo vale para perfis e canais que, segundo o Tribunal, divulgam desinformação de forma corriqueira.

Para o relator da ação no STF, o ministro Edson Fachin, a Justiça Eleitoral atuou dentro de suas competências, “conformando a atuação do seu legítimo poder de polícia incidente sobre a propaganda eleitoral”.

"Não há - nem poderia haver - imposição de censura ou restrição a nenhum meio de comunicação ou a linha editorial da mídia imprensa e eletrônica", diz Fachin em seu voto.

O ministro afirma que a resolução do TSE busca manter a integridade do processo eleitoral. Segundo ele, “uma eleição com influência abusiva do poder econômico não é normal nem legítima”.

"A disseminação de notícias falsas, no curto prazo do processo eleitoral, pode ter a força de ocupar todo espaço público, restringindo a livre circulação de ideias. A notícia falsa, ou seja, aquela que é transmitida sem a menor condição de embasar uma opinião sobre a sua probabilidade de certeza, desde que tenha aptidão para interferir no processo eleitoral, deve ser combatida. Não deve grassar o uso intencional de mentiras, informações vagas, incompletas e falsas com o objetivo de manipular os consumidores da notícia ou mensagem", apontou.

Acompanharam o voto de Fachin os ministros Dias Toffoli, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia, além do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e do presidente do TSE, Alexandre de Moraes. A sessão virtual, quando os ministros apenas inserem seus votos no sistema eletrônico, tem previsão de ser encerrada na próxima segunda-feira (18).

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