As atitudes e falas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pouco reverberam, na prática, para que os brasileiros se sintam representados. É o que apontam os dados da pesquisa do instituto DATATEMPO, que mediu também o grau de concordância da população com as falas do presidente na última manifestação de 7 de Setembro.
Para cerca de 56% dos consultados, as falas do presidente não os representa em nada. Por outro lado, os que se sentem representados em alguma medida (pouco, algo ou muito) somam 41,9%. A pesquisa DATATEMPO revela ainda que a maioria dos brasileiros defende o impeachment do presidente: 53,7% são a favor e 41,8% são contra.
Diante da baixa popularidade, o chefe do Executivo apostou em declarações fortes no discurso feito a apoiadores no último 7 de Setembro. De acordo com os números, porém, o efeito na população foi negativo: 28% discordam totalmente das afirmações feitas por Bolsonaro, que alfinetou novamente o ministro Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
A fala de Bolsonaro que pior repercutiu entre os entrevistados foi a seguinte: “Não podemos aceitar mais prisões políticas no nosso Brasil”. A maioria das pessoas discorda totalmente da afirmação (69,3%) e apenas 24,7% concorda. O total dos que não concordam nem discordam é de 3,7%. Outros 2,3% não responderam ou não souberam.
A pesquisa DATATEMPO selecionou algumas declarações do presidente da data. O índice de concordância com Bolsonaro aponta que 30,1% discordam de 5 a 6 afirmações; 20% discordam de 3 a 4 afirmações e outros 14,5% discordam de 1 a 2 afirmações. Além disso, 7,4% concordam com todas as afirmações do presidente.
Veja abaixo como as falas foram recebidas pelos entrevistados:
“Temos três alternativas: eu saio preso; morto ou com a vitória. Digo aos canalhas: eu nunca serei preso”.
“Dizer para aqueles que querem me tornar inelegível em Brasília, que só Deus me tira de lá”.
“Este retrato que estamos tendo neste dia não é de mim; é de vocês”.
“Ou esse ministro (Alexandre de Moraes) se enquadra ou ele pede para sair. A paciência do nosso povo já se esgotou”.
“Nós queremos uma eleição limpa e democrática, com voto impresso auditável e contagem pública dos votos”.
“Ordens do (juiz) Alexandre de Moraes este presidente não mais cumprirá”.
Metodologia
A pesquisa do instituto DATATEMPO realizou 2.025 entrevistas domiciliares entre os dias 9 e 15 de setembro, em todas as regiões do país. A margem de erro é de 2,18 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.