Em dificuldade nas pesquisas de intenção de voto para as eleições de 2022, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem uma administração muito mal avaliada e vê a maioria da população defendendo seu impeachment, ainda que seja perceptível uma divisão na sociedade. É o que apontam os dados da primeira pesquisa de abrangência nacional do DATATEMPO, que começam a ser divulgados hoje.

De acordo com os números, a percepção da população brasileira quanto à administração é fortemente negativa, havendo mais que o dobro dos brasileiros considerando que o governo é ruim ou muito ruim do que os que consideram bom ou muito bom. Enquanto essa avaliação negativa representa o sentimento de 52,8% dos eleitores (soma dos 39% que consideram o governo muito ruim com os 13,8% que o veem como ruim), a avaliação positiva é dada por 23,5% dos brasileiros (8,1% acham a administração muito boa e 15,4% a veem como boa). Outros 22,2% veem o governo como regular, enquanto 1,5% dos entrevistados não souberam ou não responderam.

Quando o eleitor é questionado sobre a aprovação ou não da administração, são aproximadamente dois terços (65,6% dos entrevistados) que desaprovam e 31,1% os que aprovam. Outros 3,3% dos eleitores não souberam ou não responderam.

A aprovação do governo é melhor entre os moradores da região Norte do país e entre os evangélicos, e pior entre jovens de 16 e 24 anos e os que entrevistados que se dizem sem religião. Veja abaixo em detalhes:

Ainda faltando um ano e três meses para o fim do mandato para o qual Bolsonaro foi eleito, a maioria tem expectativa de que o desempenho do presidente seja ruim ou muito ruim (53%). Por outro lado, 26,7% dos brasileiros têm a perspectiva de que seja bom ou muito bom, enquanto 17,9% fazem uma avaliação de que será muito ruim. São 2,4% os que não souberam ou não responderam a esse questionamento.

Impeachment

Descrentes numa melhora do governo, 53,7% defendem que haja um impeachment do presidente. O grupo dos contrários ao impedimento do presidente alcança 41,8%, número mais alto tanto do que o grupo que avalia o governo positivamente quanto do que se declara como eleitor de Bolsonaro. Isso indica que mesmo parcela dos adversários do presidente continua preferindo deixar que a situação se resolva dentro da disputa eleitoral do ano que vem. Sobre o impeachment, são 4,4% os eleitores que não souberam ou não responderam.

O apoio ao impeachment é maior entre as mulheres (56,4%), os jovens entre 16 e 24 anos (64,6%), os eleitores com renda até 2 salários mínimos (55,7%) e os moradores das regiões Nordeste (59,7%) e Sudeste (54%).

As maiores resistências ao impedimento do presidente vêm dos adultos de 45 a 54 anos (47,64% são contra), dos eleitores com renda entre cinco e dez salários mínimos (48,6%), evangélicos (57,9%) e da região Norte (56,8%)

A pesquisa DATATEMPO foi realizada por meio de 2.025 entrevistas domiciliares, entre os dias 9 e 15 de setembro, em todas as regiões do país. A margem de erro do levantamento é de 2,18 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é 95%. Arredondamentos estatísticos podem fazer com que os resultados superem ou não alcancem 100% por uma casa decimal.