Café com Política

Eduardo Leite: ‘Ser gay não me fez menos capaz de contribuir como governador’

Chefe do Executivo no Rio Grande do Sul afirmou ainda ser preciso provar que a orientação sexual nada tem a ver com capacidade técnica

Por Clarisse Souza
Publicado em 24 de novembro de 2023 | 12:19
 
 
 
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Mais de dois anos depois de tornar pública sua orientação sexual, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) rebateu, nesta sexta-feira (24), as críticas de que teria revelado ser homossexual como estratégia eleitoral para se reeleger, em 2022, e afirmou ser preciso mostrar à sociedade que ser gay não torna políticos gestores menos capacitados. 

"É um trabalho que a gente deve fazer. Pessoas que alcançam posições como a que eu tive oportunidade, podem ajudar a mostrar que: ‘olha, sou um homem gay e isso não me fez menos capaz de dar uma contribuição seja como prefeito, seja como governador. A minha vida pessoal, minha orientação sexual, em nada interferiu na minha capacidade técnica, intelectual, na minha sensibilidade. Nada tem a ver com o que se deve desejar de uma pessoa na política, que é a capacidade de liderar a sociedade, de gerir o orçamento, de definir políticas públicas e ajudar a melhorar a vida das pessoas", ressaltou o chefe do Executivo do RS, em entrevista ao Café com Política, da FM O TEMPO 91,7

Assista a entrevista completa: 

Para Leite, as reações desde que ele se assumiu gay, em julho de 2021 são contraditórias, mas ele afirmou que já esperava resistência. "Eu me entendi como um homem gay aos 25 anos, quando me aceitei assim, e estou com 38 anos hoje. Foi a partir de uma reflexão. A gente vive em uma sociedade que tenta convencer a gente de que isso é errado. Costumo dizer que se não foi fácil para mim, para que eu me aceitasse como homem gay, como vou exigir que as outras pessoas e a sociedade como um todo, que foi criada neste contexto, aceite de uma hora para outra?", questionou. 

O governador defendeu, porém, que é preciso enfrentar o preconceito para evitar que ele se perpetue em gerações futuras. Na avaliação de Leite, o Rio Grande do Sul já tem avançado nesse quesito. "O Rio Grande do Sul, que é tido como um Estado conservador, já elegeu um negro governador no início dos anos 1990, elegeu uma mulher governadora, quando isso ainda era muito raro, e o primeiro governador a ser reeleito é um governador homossexual. Então  a gente vai enfrentando esses preconceitos e ajudando a mostrar à sociedade que a diversidade da nossa população é um valor, é uma força, uma alavanca para o nosso país ser melhor no futuro e não um problema a ser enfrentado", finalizou. 

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