Eleições 2022

Em visita a BH, Moro volta a criticar Kalil: 'Oportunismo político'

Não é a primeira vez que o ex-ministro Sergio Moro (União Brasil) e o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), trocam farpas

Por Leíse Costa
Publicado em 08 de junho de 2022 | 17:29
 
 
 
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Durante sua visita a Belo Horizonte, nesta quarta-feira (8), o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (União Brasil) voltou a criticar Alexandre Kalil (PSD),  pré-candidato ao Governo de Minas na chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em referência à aliança eleitoral entre o petista e o pessedista, Moro disse que se aliar a alguém condenado por corrupção “diz muito sobre quem é a pessoa”. Para Moro, Kalil abdicou das noções de certo e errado por “oportunismo político”.

As declarações sobre o ex-prefeito da capital mineira foram feitas  durante o lançamento do Movimento Organizado República e Ordem (M.O.R.O.), realizado em um hotel da Região Centro-Sul da capital.

Moro não concedeu coletiva à imprensa, mas respondeu perguntas dos apoiadores no evento. Um dos presentes pediu para que Moro comentasse a fala “Roubo, mas não peço propina”, dita por Kalil durante um debate na Rede TV com o então candidato a prefeito João Leite (PSDB) na campanha de 2016.

Moro já tinha dito que “chega a ser elogio receber ataques de um político que já admitiu em debate que ‘rouba, mas não pede propina’ e “teve a gestão investigada por superfaturamento”. Nesta quarta-feira (8), o ex-juiz retificou a declaração e disse que, apesar da frase estar descontextualizada, atacar a Operação Lava Jato é atacar o combate à corrupção e fazer isso “diz muito sobre quem é a pessoa”. 

“Tive que reagir. Quando se faz um comentário desse, a posição dele atacando o combate à corrupção, se aliando à pessoa que foi condenada em três instâncias por corrupção, depois teve o processo anulado por uma visão política do Supremo Tribunal Federal (STF), isso diz muito sobre quem é a pessoa”, afirmou. 

Moro completou afirmando que defende a Lava Jato e que criticar o trabalho feito pela operação da Polícia Federal (PF) é “oportunismo político”. “Vou continuar defendendo sempre a Lava Jato e o trabalho que foi feito, que orgulhou os brasileiros. Nós não devemos abdicar das nossas noções de certo e errado por oportunismo político”.

Ainda de acordo Moro, ele foi atacado gratuitamente pelo ex-prefeito de Belo Horizonte, já que não tem relação com a política mineira. “Quando você vê um candidato, como o Kalil, me criticando, do nada, gratuitamente. Eu, sinceramente, não tenho nada a ver com a política local, nem o conheço. Conheço o Zema”, afirmou.

O ataque ao qual Moro se refere aconteceu durante uma entrevista ao Flow Podcast, na última quinta-feira (2), em que Kalil chamou Moro de "covarde" e relacionou a morte de Marisa Letícia, a ex-esposa de Lula, após sofrer um AVC em 2017, às condenações determinadas pelo ex-juiz ao petista. 

Kalil afirmou que Moro "colocou o país em risco" e colaborou para "liquidar a vida de um pai, matar uma mulher de derrame". "Ninguém me tira da cabeça que a ex-esposa do Lula morreu de tristeza e decepção, feita por um covarde, com uma covardia, com uma verdadeira quadrilha organizada para liquidar e para complicar, e para não deixar o povo ter a oporunidade de escolher entre dois", disse no podcast, relacionando a disputa eleitoral com o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Após a entrevista, Moro rebateu Kalil, por meio de redes sociais, anunciando sua visita a Minas. “”Lula e Kalil se merecem. Mas MG não merece nenhum dos dois. Aliás, visitarei MG nesta semana.que viria a Minas”, publicou na ocasião.

Alexandre Kalil foi procurado pela reportagem para comentar as declarações, mas, até a publicação desta matéria, não havia respondido. 

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