Exaltado por cabos eleitorais, Zema faz de evento palanque para reeleição

A solenidade de abertura do Minas Avança Cidades, nesta terça-feira (21), na Cidade Administrativa, foi transformada em um palanque para o governador Romeu Zema (Novo). Antes de se pronunciar, Zema, em plena pré-campanha para a reeleição, foi exaltado por prefeitos, deputados estaduais e secretários de Estado reunidos à mesa. O tom foi o mesmo adotado pela programação do evento, assim como por vídeos institucionais exibidos durante a cerimônia.

O deputado estadual Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), por exemplo, em referência à regularização dos repasses constitucionais de ICMS, Fundeb, IPVA e da Saúde até então atrasados aos municípios, afirmou que Zema “foi às barras do Tribunal de Justiça” para pagar a prefeitos uma dívida deixada pelo governo Fernando Pimentel (PT). “O Estado foi deixado às penúrias, sem água, sem luz, sem saúde, e Vossa Excelência assumiu o compromisso e, como bom pagador, honrou o compromisso”, disse Dalmo.

O deputado ressaltou que o legado deixado por Zema é de “responsabilidade, de homem sério, correto e que tem trabalhado por todos os quatro cantos de Minas”. “Não tem uma cidade, maior ou menor, que não tenha tido ação de Vossa Excelência”, declarou o tucano, cujo partido tem como pré-candidato ao governo de Minas o ex-deputado federal Marcus Pestana (PSDB). De acordo com Dalmo, o governador já “está convocado por todos os prefeitos e prefeitas para que possa conduzir o nosso Estado de Minas por mais quatro anos com muita alegria”.   

Assim como Dalmo, o deputado estadual Zé Reis (Podemos) foi claro ao apontar que espera a reeleição de Zema, quem avaliou como o “melhor governador do Brasil”. “Quero aqui trazer as minhas esperanças, mais do que os meus parabéns, de ver, no dia 2 de outubro (1º turno das eleições), sendo renovada essa oportunidade para o Estado de Minas Gerais ser conduzido por mais quatro anos pelo melhor governador de toda a nação brasileira e que o Estado de Minas já pode ver”, projetou. 

Zé Reis ainda afirmou que, em todos os cantos onde anda, o questionamento seria somente o que Zema fez “para um Estado estraçalhado e esbagaçado se transformar, efetivamente, em um Estado próspero”. Em seguida, ao se dirigir ao secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, o parlamentar citou que nunca sabe qual o valor de investimentos atraídos para Minas, já que o número muda diariamente. “Agora, são R$ 236 bilhões, mas tenho certeza que no final da tarde já será outro número”, brincou.

Zema com ‘ampla visão’ 

A presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Granbel), Ilce Rocha (PSDB), prefeita de Vespasiano, afirmou que, quando chegou à Prefeitura, em 2017, encontrou dificuldades de “convivência e de diálogo” com o governo Pimentel, mas acrescentou que, hoje, os municípios avançam com “um governador que escuta atentamente os anseios da população”. “Governador, com a sua ampla visão, o senhor tem mudado (o Estado de Minas), avançado”, concluiu.

De acordo com Ilce, quando Zema chegou ao Palácio Tiradentes, Minas estava “arrasada e devastada”. “É como se Minas estivesse em um buraco sem fundo, sem como sair, e o governador tem conseguido retirar Minas (desse buraco), e, agora, é hora de realmente colocar Minas nos trilhos e desfrutar do trabalho que foi feito ao longo desses quatro anos”, disse a presidente da Granbel, cuja região de atuação é a única onde, até o momento, conforme a rodadas da pesquisa DATATEMPO, o governador não lidera as intenções de voto para o pleito.

Outro líder municipalista presente foi o presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Marcus Vinícius Bizarro (PSDB), prefeito de Coronel Fabriciano. Ele citou que, há quatro anos, também na Cidade Administrativa, cerca de 400 prefeitos se reuniam, diante do “caos em que estava Minas Gerais”, para fazer uma “terapia de casal com sofrimento, amargura”. “E Minas conseguiu se desenvolver. Sabe por quê? Porque a primeira preocupação do nosso governador foi pagar os Municípios, onde vive a população mineira, foi dar oxigênio para que as cidades fizessem o desenvolvimento econômico”, pontuou. 

O garoto-propaganda de Minas

Os secretários de Estado de Fazenda, Gustavo Barbosa, e de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, encerraram o palanque de Zema. Passalio, por exemplo, classificou Zema como o “garoto-propaganda” de Minas. “Não só no Brasil, mas no mundo, porque, em todos os lugares aonde a gente vai, as pessoas estão sabendo o que está sendo feito em Minas”, afirmou, acrescentando que o governador transmite tanto “segurança jurídica” quanto “previsibilidade”. 

Já Barbosa lembrou que, quando assumiu a Fazenda, Zema lhe pediu que fizesse somente duas coisas. A primeira, de acordo com o secretário, seria arrumar o caixa. “Coisa tranquila no Estado de Minas Gerais. Bem tranquilo fazer isso”, ironizou. A segunda, acrescentou Barbosa, seria atrair investimentos sem reduzir as alíquotas tributárias. “Mas tem outra forma de fazer: (reduzindo) as obrigações acessórias, que são o desespero dos investidores e dos contribuintes. É isso o que a gente vem fazendo desde então”, disse.

Quando assumiu, Zema afirmou que, embora tenha “escutado muito o meu nome, se trata de um trabalho em equipe. Ninguém faz nada sozinho”. Em seguida, o governador, assim como já fez, investiu em críticas a Pimentel. “O problema é que, no passado, quem governava Minas achava que só tinha que governar, distribuir valores para aquele grupinho que estava próximo”, disse. Por fim, Zema declarou que conta com os prefeitos em 2022, já que “é um ano de eleição, e, se Deus quiser, vamos continuar esse trabalho”.