BRASÍLIA - A Marinha negou, nesta quarta-feira (27), que houve mobilização de tanques da corporação para uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o então presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições.

A nota foi uma resposta a um trecho do relatório final da Polícia Federal sobre um plano que teria sido traçado por Bolsonaro e outros militares para se manterem no poder após a derrota eleitoral.

“A Marinha do Brasil (MB) afiança que em nenhum momento houve ordem, planejamento ou mobilização de veículos blindados para a execução de ações que tentassem abolir o Estado Democrático de Direito. Sublinha-se que a constante prontidão dos meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais não foi e nem será desviada para servir a iniciativas que impeçam ou restrinjam o exercício dos Poderes Constitucionais”, diz o texto.

A Marinha ainda diz que seus atos “são pautados pela rigorosa observância da legislação, valores éticos e transparência” e que “encontra-se à disposição dos órgãos competentes para prestar as informações que se fizerem necessárias para o inteiro esclarecimento dos fatos”.

Uma troca de mensagens entre o tenente-coronel Sérgio Ricardo Cavaliere e uma pessoa desconhecida, relatada pela PF, aponta que o então comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier Santos, “tinha tanques no arsenal prontos”. Garnier é relatado como o único dos três chefes das Forças Armadas que teria aderido imediatamente à trama golpista.

As conversas foram enviadas para o celular do tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, uma das principais peças usadas pela PF para a coleta de provas na investigação.