BRASÍLIA – Um comboio com 18 caminhões do Exército Brasileiro deixou Brasília neste domingo (12) com 180 toneladas de mantimentos para os moradores do Rio Grande do Sul, que sofreram a catástrofe climática.
Todo o mantimento, doado por moradores da capital federal, estava na Base Aérea de Brasília e em pontos de coleta do Exército na capital no país. A carga deve chegar ao Rio Grande Sul na quarta (15) ou quinta-feira (16).
Ao todo, foram deixadas 400 toneladas de suprimentos nas sedes da Força Aérea Brasileira (FAB). Esse material está sendo levado por terra e pelo ar, numa parceria entre o Exército e a FAB.
Entre os itens levados pelo comboio que iniciou a viagem no domingo estão medicamentos, materiais de limpeza, água, cestas básicas, roupas de cama e colchões.
A preparação do material foi realizada em dois dias com participação de 80 militares sob a coordenação do 11° Depósito de Suprimentos do Exército. Já o plano de embarque ficou a cargo do 16° Batalhão Logístico, que planejou a rota a partir das características dos materiais transportados e das condições das rodovias até Porto Alegre.
Também estão envolvidos no transporte o Batalhão de Polícia do Exército, o Centro de Logística de Mísseis e Foguetes, o 1º Batalhão de Guerra Eletrônica e o 1º Regimento de Cavalaria de Guardas.
Exército leva três hospitais de campanha ao RS
O Exército também já transportou três hospitais de campanha para áreas atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
Em Estrela, o módulo desdobrado funciona com 20 médicos entre militares do Exército e profissionais de outros órgãos. A unidade dispõe de seção de triagem, ambulatório, enfermaria com 10 leitos, além de área de emergência e de medicação.
Em Eldorado do Sul, o hospital de campanha tem uma enfermaria com 20 leitos, ambulatório e área de emergência. A equipe inclui 18 militares, entre médicos e operadores de ambulância.
Já em São Leopoldo, o hospital de campanha suporta 40 leitos, e conta com sala de triagem, ambulatório e emergência.
Lula vai anunciar auxílio-emergencial e suspensão de dívida
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar na tarde desta segunda-feira (13) novas medidas para socorro e recuperação do Rio Grande do Sul. Entre elas, um auxílio direto para as famílias afetadas pelas enchentes. A informação foi dada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na manhã desta segunda-feira.
No entanto, Haddad não deu mais detalhes sobre o auxílio, como será pago nem o valor. Disse apenas que há mais de uma proposta e quem definirá é o presidente.
“Nós elaboramos alguns cenários. Devemos levar para o presidente ainda hoje e amadurecer até amanhã para eventualmente anunciar ainda essa semana um apoio direto às famílias, para além daqueles já anunciados pelo Ministério da Previdência e do Trabalho”, afirmou Haddad a jornalistas.
O ministro da Fazenda também adiantou que Lula deverá anunciar a suspensão da dívida do Rio Grande do Sul com a União. Ele não falou por quanto tempo, mas assessores do Palácio do Planalto dizem que a cobrança da dívida será suspensa por três anos.
A medida representaria uma folga orçamentária de R$ 10 bilhões para o Estado, que tem um débito de R$ 93 bilhões com o governo federal.
Previsão de cheia histórica, deslizamento e geadas
Conforme o mais recente balanço da Defesa Civil, o número de mortos chegou a 147 nesta segunda-feira, com 127 desaparecidos e 806 feridos. A quantidade de pessoas fora de suas casas aumentou de cerca de 441 mil, registrado no sábado (11), para mais de 618 mil, sendo que 81 mil estão em abrigos e 538 mil estão desalojados (em casa de amigos e parentes).
As perspectivas não são boas. Voltou a chover em Porto Alegre no domingo e em outras partes do estado, como no Vale do Taquari, umas das regiões mais afetadas pelos temporais da semana passada. Foram emitidos alertas de deslizamento para várias cidades. Há ainda previsão de frio intenso nesta semana, com possibilidade de geada.
As águas, que apresentaram uma leve baixa na semana passada, deve voltar a subir nas ruas de Porto Alegre. A capital gaúcha, inclusive, pode registrar uma nova cheia histórica a partir desta segunda-feira, com a possibilidade do lago Guaíba atingir 5,5 metros nas próximas 48 horas, ultrapassando o pico de 5,3 metros do último dia 5.