BRASÍLIA — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama Janja viajarão à Itália para o velório do Papa Francisco, que morreu aos 88 anos na manhã desta segunda-feira (21) em seu apartamento na cidade do Vaticano. O funeral do pontífice seguirá os ritos dos Nove Dias Santos para o período de luto, e o enterro do Papa acontecerá em até seis dias após a morte. O corpo de Francisco será velado na Basílica de São Pedro.

O Palácio do Planalto ainda não indicou quando acontecerá a viagem do presidente e da primeira-dama para o Vaticano. Entretanto, Lula passará a terça-feira (22) em Brasília, onde terá compromissos com o presidente do Chile, Gabriel Boric.

O presidente brasileiro rendeu homenagens ao Papa Francisco nesta segunda-feira. "Para Francisco, somos todos irmãos, criados para amarmos uns aos outros. Por sermos todos irmãos, não há razão para tanta discórdia, tanto ódio, tantas guerras e tanta desigualdade no mundo. Francisco foi o Papa de todos, mas principalmente dos excluídos, dos mais pobres, dos injustiçados, dos imigrantes, dos que não têm voz, das vítimas da fome e do abandono", disse, lembrando ainda que o pontífice foi o "mais brasileiro dos argentinos".

Ainda pela manhã, o petista decretou luto oficial de sete dias no Brasil, e as bandeiras dos prédios públicos de Brasília permaneceram hasteadas a meio-mastro durante o dia. Lula e o argentino Jorge Mario Bergoglio se encontraram em duas ocasiões neste terceiro mandato do petista na presidência da República. A primeira audiência aconteceu em visita ao Vaticano ainda em 2023, e o reencontro ocorreu um ano depois, quando o presidente brasileiro repetiu a ida à Itália, mas para a Cúpula do G7.

A primeira-dama Janja também se encontrou em uma terceira ocasião com o Papa. Em fevereiro, ela foi a Roma, enquanto o presidente Lula se recuperava de uma hemorragia no crânio. Quando Francisco foi internado para cuidar de uma pneunomia, Lula e Janja celebraram uma missa na capela do Palácio da Alvorada pela pronta recuperação do pontífice.

A relação de Lula com Francisco é ainda mais antiga e marcada por trocas de cartas. Eles se corresponderam no período em que o presidente esteve preso em Curitiba.