BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não participou da Marcha para Jesus, que acontece nesta quinta-feira (19) em São Paulo, e enviou uma carta aos organizadores. Apesar de não ter compromissos oficiais na agenda dele, o petista justificou que não foi ao evento “por compromissos de governo”.

No texto, Lula avaliou a celebração religiosa como “um ato extraordinário de fé coletiva, uma caminhada de oração, de louvor e de compromisso com um Brasil mais humano, mais justo e mais solidário”.

"Trata-se de uma celebração que já faz parte do coração do povo brasileiro e que, ano após ano, mostra a força transformadora da fé cristã em nosso país", afirmou.

O presidente lembrou também que a sanção da lei que institui o Dia Nacional da Marcha para Jesus, em 2009, ocorreu durante o seu mandato. 

"Como cristão, me emociono com a alegria que brota da fé do nosso povo. E como Presidente da República, reafirmo, em cada gesto de governo, meu compromisso com a liberdade religiosa e com o respeito à diversidade de crenças, porque a pluralidade religiosa é uma das maiores riquezas da nossa democracia. Nosso governo tem promovido o diálogo inter-religioso, respeitado as diferentes crenças, e valorizado o papel das igrejas na construção de um Brasil mais justo e solidário".

"Desde que sancionei, com muito orgulho, a lei que instituiu o Dia Nacional da Marcha para Jesus, em 2009, vejo com esperança como essa celebração cresceu e se tornou um símbolo de unidade, paz e compromisso com os valores cristãos: a compaixão, a misericórdia, o respeito às diferenças e o amor ao próximo", escreveu.

A carta foi entregue ao apóstolo Estevam Hernandes e a Bispa Sônia, líderes da Igreja Renascer em Cristo e organizadores da Marcha para Jesus, pelo advogado-geral da União, Jorge Messias. Representando Lula, o ministro fez um breve discurso falando de Deus e elogiando a marcha, mas sem citar o nome do presidente.

Lula tem buscado se aproximar do eleitorado evangélico, mais próximo ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No ano passado, também sancionou a lei que criou o Dia Nacional da Música Gospel.

Mais cedo, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça estiveram na Marcha para Jesus. Eles posaram para fotos segurando uma bandeira de Israel, foram saudados por Hernandes como "homens de Deus" e tietados pelo público quando desceram do trio elétrico.  O governador de São Paulo ganhou um coro de parabéns. Ele completa 50 anos nesta quinta-feira.