BRASÍLIA - Detida na Itália, a deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) participou, nesta quarta-feira (10/9), por videoconferência, de uma reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, no contexto do processo que pode resultar na perda de seu mandato.

Zambelli pediu ao relator do caso na CCJ, deputado Diego Garcia (Republicanos-PR), que considerasse sua argumentação, alegando que o hacker Walter Delgatti Neto não é confiável. “Ele mente sobre o tempo que passou na minha casa, sobre o mandado de prisão de Alexandre de Moraes e há também mentiras dentro do meu processo”, afirmou.

Walter Delgatti Neto, que está preso em Tremembé, também prestou depoimento remotamente na mesma reunião. Ambos foram condenados pela Justiça a 10 anos de prisão pelos crimes de falsidade ideológica e invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorridos em 2023.

O processo de cassação de Carla Zambelli chegou à CCJ da Câmara há três meses, encaminhado pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). Pelo regimento, a perda de mandato em casos de condenação criminal com sentença transitada em julgado deve ser analisada pela comissão e, depois, pelo plenário.

Carla Zambelli está presa na Itália desde o final de julho, para onde fugiu do Brasil apôs ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Além da pena de 10 anos de detenção e da cassação de seu mandato parlamentar, a deputada foi condenada a pagar R$ 2 milhões em danos coletivos.

Zambelli era uma das aliadas mais próximas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e estava entre as deputadas federais mais votadas do país. Mas, em 2022, no segundo turno da eleições, ela sacou uma arma e perseguiu um opositor pelas ruas de um bairro de São Paulo. Desde então, passou a ser alvo de críticas dentro da própria direita.