GABINETE PARALELO DO MEC

AGU defende que STF rejeite ação sobre sigilo em visitas de pastores ao Planalto

Defesa do governo federal sustentou que questões processuais impedem análise do tema apresentado em ação do PSB no STF

Por Luana Melody Brasil
Publicado em 24 de junho de 2022 | 20:57
 
 
 
normal

A Advocacia-Geral da União (AGU) se manifestou em ação apresentada pelo PSB no Supremo Tribunal Federal e defendeu, nesta sexta-feira (24), que seja rejeitada. 

A ação do partido questiona a imposição de sigilo de 100 anos para informações sobre visitas ao Palácio do Planalto, na esteira da revelação da suspeita de corrupção no Ministério da Educação envolvendo o ex-ministro Milton Ribeiro e os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, que frequentavam os gabinetes da cúpula do Executivo federal.

Eles são acusados de pedir propina para intermediar a liberação de verbas públicas do Ministério da Educação (MEC) para municípios, conforme denúncias feitas por prefeitos que estiveram com os religiosos em Brasília.

Na manifestação, a AGU se baseia em questões processuais e sustenta que elas impedem a análise do tema pelo tipo de ação apresentada pelo partido à Corte.

"Ocorre que não pode ser conhecida a petição inicial que apresenta informações genéricas e conjecturais, cujas imprecisões dificultam a compreensão da real extensão da controvérsia submetida à apreciação da jurisdição constitucional, assim como a construção da correspondente defesa", considerou a AGU.

O sigilo foi imposto pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) sob alegação de que os dados não poderiam ser fornecidos tendo em vista a Lei Geral de Proteção de Dados.

Porém a Controladoria-Geral da União (CGU) já havia se posicionado a favor da transparência dessas informações para atender ao interesse público. Diante da repercussão negativa, o GSI divulgou os dados, citando o entendimento da CGU.

O documento da defesa do governo federal foi apresentado ao STF no mesmo dia em que foram revelados áudios de conversas do ex-ministro Milton Ribeiro indicando que o presidente Jair Bolsonaro (PL) o avisou com 13 dias de antecedência da operação da Polícia Federal que o prendeu na manhã da quarta-feira (22). 

Naquele dia, Ribeiro, Moura e Santos, além de outros suspeitos, foram presos, mas logo foram soltos, na quinta-feira (23), por ordem de Ney Bello, juiz federal do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). 

O TEMPO agora está em Brasília. Acesse a capa especial da capital federal para acompanhar as notícias dos Três Poderes.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!