Rio de Janeiro

Castro sobre execuções no RJ: 'Não é mais milícia, mas uma verdadeira máfia'

Polícia trabalha com a hipótese de que as vítimas foram mortas por engano, já que uma delas se parece com um miliciano

Por O Tempo Brasília
Publicado em 06 de outubro de 2023 | 17:59
 
 
 
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O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou nesta sexta-feira (6) que o Rio de Janeiro não está lidando mais com o confronto entre o crime organizado e a milícia, mas uma "verdadeira máfia". Ele deu a declaração ao comentar o crime ocorrido na Barra da Tijuca, na madrugada desta quinta-feira (5), em que três médicos morreram baleados e um ficou ferido.

“Não estamos falando mais de uma briga de milicianos e traficantes. Estamos falando de uma verdadeira máfia, uma máfia que tem entrado nas instituições, nos poderes, nos comércios, nos serviços e no sistema financeiro nacional”, declarou.

A fala de Castro foi feita à jornalistas após reunião com o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli. Ele afirmou ainda que a motivação política para o crime está "totalmente descartada". Polícia trabalha com a hipótese de que as vítimas foram mortas por engano, já que uma delas se parece com um miliciano.

Na quinta-feira (4), Castro disse não haver dúvida de que se tratou de uma execução. Ele deu a declaração ao portal G1. No X (antigo Twitter), ele também disse que determinou à Polícia Civil que direcione todos os recursos para esclarecer o caso.

Acompanhe: Veja tudo que se sabe até agora sobre os três médicos assassinados no Rio de Janeiro

Na quinta, Castro também afirmou que conversou com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que anunciou ter colocado a Polícia Federal à disposição das investigações. Dino levantou a hipótese da relação do crime no Rio com atuação de dois parlamentares.

Uma das vítimas é Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, que é irmão e cunhado, respectivamente dos deputados federais Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Glauber Braga (PSOL-RJ). 

Confira quem são as vítimas do crime na Barra:

  • Daniel Sonnewend Proença: o médico de 32 anos foi levado com vida para o Hospital Municipal Lourenço Jorge com ao menos 3 tiros. A expectativa é que ele seja transferido para uma unidade particular. Formado pela Faculdade de Medicina de Marília (SP) em 2016, é especialista em cirurgia ortopédica.
  • Diego Ralf Bomfim: tinha 35 anos e morreu após dar entrada no Hospital Lourenço. Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina Dr. Domingos Leonardo Cerávolo, da Universidade do Oeste Paulista. Era especialista em cirurgia do pé e tornozelo e em reconstrução óssea pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
  • Marcos de Andrade Corsato: tinha 62 anos e morreu na hora. Ele faria 63 anos na próxima semana e era diretor do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
  • Perseu Ribeiro Almeida: tinha 33 anos e fez aniversário na terça (3). Ele morreu na hora. Deixou dois filhos, de 11 e dois anos. Morador de Jequié, na Bahia, era especialista em cirurgia do pé e tornozelo pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

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