Brasilia

Com Esplanada fechada há uma semana, bolsonaristas ocupam QG do Exército

O bloqueio, feito por policiais militares e agentes do Detran, impede a aproximação aos prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF), e do Palácio do Planalto

Por Renato Alves
Publicado em 07 de novembro de 2022 | 10:56
 
 
 
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A Esplanada dos Ministérios, em Brasília, completa uma semana fechada para veículos nesta segunda-feira (7). A interrupção do trânsito começou na em 31 de outubro, um dia após a votação do segundo turno das eleições. A medida tem o intuito de evitar atos e invasões de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). Inconformados com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eles iniciaram manifestações pelo país logo após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmar o resultado favorável  ao petista, na noite de 30 de outubro.

Os bolsonaristas fecharam estradas, que só começaram a ser desbloqueadas dois dias depois, após o TSE autorizar as polícias militares atuarem inclusive em rodovias federais, diante de inércia da Polícia Rodoviária Federal (PRF) – o diretor-geral da instituição é investigado por suposta prevaricação e até conveniência com os atos.

Segundo a PRF, às 6h30 desta segunda, havia manifestações em cinco rodovias, em trechos de cidades de quatro estados: Vilhena (RO), Altamira (PA), Blumenau (SC) e Pontes e Lacerda (MT).

Só pedestres chegam à Praça dos Três Poderes; bolsonaristas acampam no QG do Exército

No caso de Brasília, o bloqueio da Esplanada dos Ministérios ocorre nas vias N1 e S1, do Ministério da Saúde até a Via L4, na altura do Grupamento do Corpo de Bombeiros. O acesso à Praça dos Três Poderes está restrito para pedestres e veículos, a partir da Avenida José Sarney até a via L4.

O bloqueio, feito por policiais militares e agentes do Departamento de Trânsito (Detran), impede a aproximação aos prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF), e do Palácio do Planalto.

Diante do bloqueio, os apoiadores de Bolsonaro se concentram no entorno do Quartel General (QG) do Exército. Distante 8km da Praça dos Três Poderes, o edifício faz parte de um complexo de instalações militares que incluem quartéis de unidades diferentes e residências de oficiais.

Os bolsonaristas, alguns deles acampados há uma semana nos gramados em frente ao QG, pedem “intervenção militar” para impedir a posse de Lula em 1º de janeiro de 2023.

Bolsonaro está recluso no Palácio da Alvorada, sem receber apoiadores e usar redes sociais

Enquanto isso, Bolsonaro permanece recluso no Palácio do Alvorada, de onde não saiu no fim de semana nem na manhã desta segunda. Ele não deixou a residência oficial nem para falar com os cerca de 30 apoiadores que passaram o domingo no “cercadinho”, à espera do chefe do Executivo, que também não fez qualquer pronunciamento por meio das suas redes sociais. 

Bolsonaro não tem qualquer compromisso em sua agenda oficial previsto para esta segunda nem para os próximos, assim como ocorreu na sexta (4).

Outrora muito falante em público e sempre presente nas redes sociais, Bolsonaro tem se mantido na residência oficial da Presidência da República desde a derrota nas urnas.

Após perder a eleição, ele só falou aos seus apoiadores em duas oportunidades. A primeira, por meio de discurso no Alvorada, quase 45 horas após a proclamação da vitória de Lula, que foi interpretado por alguns bolsonaristas como um estímulo ao questionamento do resultado das urnas. 

Em pronunciamento de dois minutos, o presidente afirmou que reação de apoiadores era “fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu as últimas eleições”, mas reafirmou que não poderia haver “cerceamento do direito de ir e vir”. 

Em sua segunda fala, por meio de um vídeo publicado nas redes sociais, Bolsonaro voltou a pedir que as rodovias federais fossem liberadas, mas incentivou que seus apoiadores façam outros tipos de manifestações.

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