RETORNO AO BRASIL

De volta a Brasília, Bolsonaro terá que encarar Auxílio Brasil e filiação ao PL

Futuro da campanha de reeleição em 2022 está nas mãos dos senadores, no caso do Auxílio Brasil, e de Valdemar Costa Neto, presidente do PL

Por Luana Melody Brasil
Publicado em 18 de novembro de 2021 | 15:47
 
 
 
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O retorno do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), a Brasília, nesta quinta-feira (18), após cinco dias de viagens pelo Oriente Médio, será atribulado e envolve o futuro da campanha pela reeleição em 2022. Além de desenrolar o prometido Auxílio Brasil de R$ 400, o presidente terá que decidir sobre a conturbada filiação ao PL de Valdemar Costa Neto.

A chegada do presidente está prevista para o fim da tarde, pois ele deixou Doha, capital do Catar, na madrugada desta quinta-feira. Logo após sua chegada, Bolsonaro deve participar de uma reunião com a equipe econômica do ministro da Economia, Paulo Guedes, para tratar do Auxílio Brasil. 

O programa social é uma das principais preocupações do governo Bolsonaro, pois a continuidade do pagamento de R$ 400 para os beneficiários do extinto Bolsa Família – cujo número o governo pretende ampliar de 14,6 milhões de famílias para 17 milhões – depende da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios pelo Congresso.

A primeira parcela do Auxílio Brasil, liberada na última quarta-feira (17), pagou um valor médio de R$ 218. Mas será necessário abrir um espaço fiscal de R$ 91,6 bilhões para bancar os R$ 400 prometidos pelo governo federal, o que seria viabilizado pela PEC dos Precatórios. 

Aprovada na Câmara, atualmente a PEC está tramitando na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, mas caso os senadores decidam fazer alguma alteração, ela retornará para nova rodada de votações na Câmara dos Deputados. Por isso, o governo Bolsonaro teme que as próximas parcelas do benefício estejam comprometidas.

Filiação ao PL ainda é incerta

Embora tenha conseguido escapar da exposição na sequência do cancelamento da filiação ao partido comandado por Valdemar Costa Neto, que estava marcada para a próxima segunda-feira (22), Bolsonaro terá que se decidir nos próximos dias. 

Na quarta-feira (17), os dirigentes do partido decidiram dar “carta branca” a Costa Neto para articular com Bolsonaro os apoios e coligações partidárias nos estados. No entanto, integrantes do partido já sinalizaram que não devem continuar no partido se a filiação de Bolsonaro se confirmar. 

Um desses liberais é o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), que não esconde o desconforto em ser correligionário de Bolsonaro. Além dele, membros do partido no Piauí, Pará e São Paulo têm sinalizado incômodo com a interferência requerida pelo presidente da República nos acordos estaduais, como apoio a partidos que não são aliados de Bolsonaro.

Ainda assim, de acordo com o senador Wellington Fagundes (PL-MT), o partido está disposto a abrir mão de algumas alianças para atender às exigências do chefe do Executivo federal e garantir a filiação.

"Será tudo conversado e analisado caso a caso. Estamos recebendo o presidente com uma posição ideológica muito clara, de centro-direita. Dificilmente acontecerá uma coligação com partidos de esquerda", declarou Fagundes.

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