Or Shaul Keren, chefe da Diplomacia Pública e porta-voz da embaixada de Israel no Brasil, cobrou uma posição mais firme do Brasil sobre o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas.
"O Brasil não deveria ficar de lado sobre este crime do Hamas, o Hezbollah e o Irã. Não deveriam estar em cima do muro. Deveriam definitivamente apoiar Israel na eliminação da ameaça", disse à reportagem de O Tempo em Brasília.
Até agora, dois brasileiros que participavam do festival de música eletrônica SUPERNOVA Universo Paralello Edition próximo à Faixa de Gaza foram encontrados mortos. Já Karla Stelzer, 41 anos, continua desaparecida. A festa foi interrompida durante o ataque que, até agora, deixou mais de 1.8 mil pessoas mortas, segundo as autoridades israelenses.
O diplomata também comentou a posição do governo brasileiro sobre os ataques. Ele criticou o fato do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não citar nominalmente o Hamas em suas declarações e nem classificá-lo como terrorista.
"Hamas é uma organização terrorista. Não se pode ignorar isso. Nós pedimos apoio integral para lidar com o conflito. Essa é a expectativa principal". Tradicionalmente, o governo brasileiro só considera um grupo como terrorista se ele for considerado dessa forma pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Or também comentou a tendência de estratégia diplomática que o presidente Lula deve empregar, semelhante aos esforços diplomáticos na guerra da Rússia contra Ucrânia, quando o petista adotou um discurso de pacificação e cessar-fogo. Segundo o diplomata, "é hora de conflito armado, não de conversa".