Uma das pastas mais cobiçadas em todos os governos, o Ministério da Justiça e da Segurança Pública surge, agora, como palco de descontentamento político. Isso porque a confirmação nesta quinta-feira (11) do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, para chefiar o órgão reduz, mais uma vez, o espaço do PSB na Esplanada.
No início do terceiro governo Lula, a sigla conseguiu três cadeiras no primeiro escalão: a da Justiça com Flávio Dino; a dos Ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços com Geraldo Alckmin; e a de Portos e Aeroportos com Márcio França.
O partido é um dos principais que atuam historicamente no campo da esquerda e também abrigou Alckmin na formação da chapa eleitoral com Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar disso, o PSB já foi rifado quando o mandatário tirou França da cadeira e deu a chefia da pasta para Silvio Costa Filho, do Republicanos.
A jogada foi para agradar ao centrão e angariar mais apoio dentro do Congresso Nacional. Preterido, França, que é um dos nomes fortes do PSB, ganhou o Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, que foi desmembrado da pasta chefiada por Alckmin.
A troca, no entanto, foi vista com maus olhos na ala política. A 38º pasta do governo foi criada oficialmente via Medida Provisória (MP) em 13 de setembro, uma semana depois da confirmação da troca por Lula. A MP foi aprovada pelo Congresso Nacional três meses depois, em dezembro, consolidando o ministério de França na Esplanada.
Na época, o então líder do partido na Câmara, deputado Felipe Carreras (PE), chegou a reclamar publicamente que não foi consultado ou avisado sobre a troca envolvendo Márcio França que afetou o PSB, deixando claro um mal-estar com a situação.