Guedes: Auxílio Brasil parecia 'oportunístico politicamente'

Um ato quase falho do ministro da Economia, Paulo Guedes, diverge da alegação frequente dele mesmo e de integrantes do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que o programa Auxílio Brasil não tem objetivos meramente eleitoreiros. 

Durante participação de Guedes em evento de comemoração do aniversário da Secretaria de Política Econômica, vinculada à pasta, nesta quinta-feira (18), o ministro voltou ao assunto do embate entre equipes econômica e política quanto ao valor do benefício, que ficou em R$ 400. 

Ele explicava que “estava tudo certo” para pagar os R$ 300 abaixo do teto de gastos, mas que o presidente Bolsonaro exigiu que nenhuma família poderia receber menos do que R$ 400. “Fomos batidos pelo apelo da renda básica”, disse o ministro.

“Mas não era um programa permanente, podia ser transitório, para isso não precisa de fonte permanente. Há um excesso de arrecadação de R$ 300 bilhões, não haveria problema de botar mais R$ 100”, prosseguiu. 

“Houve uma crise em função disso, teve gente que saiu porque não aceitava essa flexibilização do teto por, digamos assim, esse conceito da renda básica que parecia oportunístico politicamente. Mas nós temos que manter a serenidade", afirmou ainda Guedes.

A crise à qual o ministro se refere resultou no pedido de exoneração de quatro secretários da cúpula do Ministério da Economia, em 21 de outubro. No pedido de demissão, alegaram motivações pessoais, mas já se sabia que eram contrários à decisão do governo de descumprir o compromisso fiscal com o teto de gastos. 

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