REUNIÃO MINISTERIAL

Lula diz a ministros que não quer lançar novos programas no governo

Para o presidente, prioridade deve ser executar os que já existem para que cheguem à população

Por Levy Guimarães
Publicado em 18 de março de 2024 | 18:49
 
 
 
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Na primeira reunião ministerial do ano, no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avisou aos seus 38 ministros que o governo não deve lançar novos programas. A prioridade, segundo ele, é colocar em prática aqueles já existentes e garantir que cheguem à população. O encontro com membros do alto escalão nesta segunda-feira (18) foi chamado pelo petista para tratar da queda da popularidade dele e do governo. Os índices negativos foram registrados em três pesquisas recentes de opinião. 

O ano de 2023 foi marcado pelo relançamento de diversos programas que foram bandeiras de gestões anteriores do PT e passaram por alterações ou deixaram de existir no governo Jair Bolsonaro (PL). Entre eles, o Bolsa Família, o Mais Médicos e o Minha Casa, Minha Vida, que seguem sendo um carro-chefe da administração federal.

Outra cobrança feita pelo presidente foi que ministros façam mais viagens  pelo país, mantenham diálogo com autoridades locais e deem mais entrevistas a veículos locais. Nesta terça-feira (19), por exemplo, o ministro da Educação, Camilo Santana, estará em Belo Horizonte para o lançamento do programa Pé de Meia, de incentivo para que estudantes não abandonem o Ensino Médio. No dia seguinte, estará em Curitiba.

Após ter dedicado boa parte do ano passado a viagens pelo exterior, com o objetivo de recuperar a imagem da política externa brasileira, Lula quer viajar mais pelo país em 2024. Nos primeiros meses do ano, visitou alguns Estados para onde não tinha ido, como Minas Gerais. Nesta semana, há a possibilidade de agendas em Goiás e Tocantins.

Bilhete de Alckmin

Ainda nos primeiros momentos da reunião, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, apresentava um balanço do primeiro ano de governo quando recebeu um recado de forma inusitada: um bilhete das mãos do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) pedindo que ele fizesse sua exposição com mais entusiasmo.

"O presidente está pedindo que eu fale com mais entusiasmo aqui", leu o ministro no mesmo momento, arrancando risadas dos presentes. Em seguida, completou: "Foi o Alckmin que pediu para falar com mais entusiasmo aqui. Mas os números falam por si só aqui. Os números são muito expressivos".

Eleições em segundo plano

Na reunião, Lula evitou falar sobre as eleições municipais deste ano. Apesar de se mobilizar por candidatos petistas ou aliados em diferentes capitais do país, há posições divergentes no governo em relação a alguns municípios. Em cidades como São Paulo e Belo Horizonte, parte dos ministros do governo apoiarão candidaturas diferentes das de Lula. 

Na capital paulista, por exemplo, Lula e Alckmin estarão de lados opostos - apoiando, respectivamente, Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB). Já em BH, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, apoiará a reeleição do prefeito Fuad Noman (PSD), enquanto Lula, a princípio, aposta no nome de Rogério Correia (PT).

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