Governo

Padilha: Governo analisa resposta a deputados da base que assinaram impeachment

Segundo o ministro, as assinaturas que miram o presidente Lula (PT) não guardam qualquer relação com a liberação de emendas parlamentares pelo Executivo

Por Gabriela Oliva
Publicado em 28 de fevereiro de 2024 | 19:51
 
 
 
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O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, manifestou preocupação nesta quarta-feira (28) diante da decisão de deputados da base do governo em assinar uma lista pedindo o impeachment do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele considerou o movimento "muito estranho" e "inesperado".

Padilha afirmou que, embora nenhuma punição esteja estabelecida neste momento, será realizada uma análise em conjunto com o líder do Governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), para definir uma resposta aos parlamentares que assinaram o documento.

"O papel do governo não é punir ninguém, mas analisar o posicionamento dos parlamentares (...) Acho muito estranho, acho muito inesperado que alguém que assine uma lista como essa queira participar do governo. Geralmente não participa do governo. Seria algo bizarro, inclusive".

Ainda segundo Padilha, as assinaturas para o pedido de impeachment não guardam qualquer relação com a liberação de emendas parlamentares pelo Executivo: “As emendas são impositivas, não haverá nenhum tipo de discriminação”

Das 140 assinaturas contabilizadas pela oposição no pedido de impeachment, 47 pertencem ao PP, Republicanos, União Brasil, PSD e MDB. Juntos, esses cinco partidos comandam 11 dos 38 ministérios totais no governo de Lula. O PSD possui três cadeiras no primeiro escalão desde o início do mandato de Lula: Carlos Fávaro na Agricultura, André de Paula na Pesca e Alexandre Silveira em Minas e Energia.

O União Brasil também detém a mesma quantidade de ministérios. Juscelino Filho e Waldez Góes ocupam os cargos de Comunicações e Integração e Desenvolvimento Regional, respectivamente, desde janeiro de 2023. Quanto ao Ministério do Turismo, iniciou sob o comando de Daniela Carneiro, mas foi transferido para Celso Sabino após uma disputa interna no partido.

O MDB, também com três ministérios desde o início do governo, está à frente das pastas de Transportes, liderada por Renan Filho; das Cidades, com Jader Filho; e do Planejamento, sob a gestão de Simone Tebet.

Por sua vez, o PP e o Republicanos ingressaram no governo em setembro, através de uma negociação direta com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Lula aceitou essa troca, visando obter um maior respaldo na aprovação de projetos de interesse do governo na Câmara dos Deputados.

Nesse processo, Silvio Costa Filho, do Republicanos, assumiu o Ministério de Portos e Aeroportos, enquanto André Fufuca, do PP, ficou à frente da pasta do Esporte. Apesar da participação no governo, esses dois partidos mantiveram-se divididos no Congresso Nacional, com parlamentares oscilando entre apoio e oposição a Lula.

Além das posições ministeriais, esses partidos também negociaram outras demandas para integrarem a base de apoio de Lula, incluindo cargos que não fazem parte do primeiro escalão. 

O pedido de impeachment de Lula foi protocolado na última semana e mira a comparação de Lula entre os ataques de Israel na Faixa de Gaza, em meio à guerra contra o Hamas, ao Holocausto, que foi a perseguição e o assassinato de judeus na Alemanha nazista por Adolf Hitler. 

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