Com a inflação em alta, a renda média do trabalhador brasileiro (R$ 2.459) diminuiu 4% no terceiro trimestre deste ano, em relação aos três meses anteriores. O dado faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta terça-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

É o menor rendimento médio real (descontada a inflação) desde o quatro trimestre de 2012 (R$ 2.451) e a quarta queda seguida na comparação com o trimestre imediatamente anterior, o que faz o valor se aproximar do menor nível da série histórica, iniciada em 2012.  O rendimento médio real habitual dos trabalhadores considera a soma de todos os trabalhos.

Nenhum dos grupamentos de atividades teve crescimento no rendimento médio real habitual, frente ao trimestre anterior. As reduções foram em: comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (2,6%, ou menos R$ 53); administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (5,7%, ou menos R$ 218); e serviços domésticos (3,1%, ou menos R$ 30).

Frente ao trimestre de julho a setembro de 2020 também não houve crescimento em qualquer categoria. Houve redução de rendimento em: indústria (14,7%, ou menos R$ 428); construção (7,3%, ou menos R$ 146); comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (12,3%, ou menos R$ 271); informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (9,6%, ou menos R$ 376; administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (9,8%, ou menos R$ 393); outros serviços (6,2%, ou menos R$ 120); e serviços domésticos (7,6%, ou menos R$ 76).

Desemprego recua, mas ainda atinge 13,5 milhões de brasileiros

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 12,6% no terceiro trimestre de 2021, mas ainda há 13,5 milhões de brasileiros sem trabalho, ainda segundo a Pnad. 

No trimestre encerrado em agosto, a taxa de desemprego estava em 13,1%, atingindo 13,9 milhões de pessoas, de acordo com os dados revisados da série reponderada do IBGE.

A população ocupada (93 milhões de pessoas) cresceu 4% (3,6 milhões de pessoas) frente ao trimestre anterior e 11,4% (9,5 milhões de pessoas) frente ao mesmo trimestre móvel de 2020.

O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi estimado em 54,1%, subiu 2 p.p frente ao trimestre de abril a junho de 2021 (52,1%) e de 5,1 pontos percentuais frente ao mesmo período do ano anterior (49,0%).

A taxa composta de subutilização (26,5%) caiu 2 p.p. em relação ao trimestre de abril a junho de 2021 (28,5%) e 3,9 p.p. ante ao mesmo trimestre de 2020 (30,4%).

A população subutilizada (30,7 milhões de pessoas) diminuiu 5,7% (menos 1,9 milhão de pessoas) frente ao trimestre anterior (32,6 milhões de pessoas) e 8,9 p.p. (menos 3,0 milhões de pessoas) no confronto com igual trimestre de 2020 (33,7 milhões de pessoas subutilizadas).

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