Gustavo Barbosa é exonerado do cargo de secretário da Fazenda após 5 anos

A exoneração do secretário de Estado de Fazenda, Gustavo Barbosa, foi publicada no Diário Oficial do estado nesta terça-feira (27) pelo governador Romeu Zema. A notícia de que Barbosa havia pedido para deixar a secretaria já havia sido publicada pelo O TEMPO na última semana. 

De acordo com interlocutores da Secretaria de Fazenda, Barbosa já teria comunicado a saída “há meses” a Zema e ao vice-governador Mateus Simões (Novo). Barbosa está há cinco anos no Governo de Minas Gerais e teria afirmado a colegas que a decisão aconteceu por "motivos pessoais".

Na mesma edição do Diário Oficial, Barbosa foi nomeado chefe da Assessoria Especial do vice-governador. A função lhe daria “atribuições mais leves” do que as que acumula como secretário de Fazenda, o que lhe permitiria passar mais tempo com a família, que mora no Rio de Janeiro. A ideia é que Barbosa continue contribuindo com as discussões da viabilidade da proposta do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD), para a dívida de Minas Gerais com a União, já que, até então, estava à frente da interlocução com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN).   

Responsável por elaborar o Plano de Recuperação Fiscal apresentado à STN para pleitear a adesão do Estado ao RRF, o secretário acumulou um desgaste político nos últimos cinco anos junto à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), onde foi convidado para uma série de audiências públicas em comissões para prestar esclarecimentos.

O sucessor de Barbosa ainda não foi informado e, por ora, o secretário-adjunto da Fazenda, Luiz Cláudio Fernandes Lourenço Gomes, assumirá o cargo de secretário de Fazenda interinamente.

Posicionamento do Governo de Minas

O Governo de Minas Gerais publicou um comunicando agradecendo o tempo de serviço de Barbosa. 

"Barbosa esteve como secretário desde o primeiro dia do meu governo, em 2019. Foi um dos primeiros secretários a serem convidados e confirmados. Aceitou um desafio muito complicado, de iniciar o reequilíbrio das contas públicas em um momento crítico de Minas Gerais, e demonstrou que, com seriedade e trabalho incansável, é possível fazer uma gestão mais eficiente dos recursos", afirmou o governador Romeu Zema (Novo).  

Gustavo Barbosa também se pronunciou, fez um balanço dos últimos cinco anos em que ficou na frente da pasta e disse qual deve ser a prioridade do seu sucessor. 

"Eu cheguei aqui e comecei a identificar a fragilidade das contas públicas do estado de Minas Gerais, e a gente trabalhou muito na liquidação desses passivos, nós regularizamos a situação e não houve mais nenhuma retenção de repasse aos municípios. [...] Foi a maior conquista saber que quase 600 mil famílias iriam voltar a ter os seus salários pagos de forma correta. Aí alguém pode falar que não fizemos mais do que a obrigação. Eu concordo. Uma obrigação que não era feita antes. [...] Qualquer pessoa que sentar aqui, tem que buscar o equacionamento da dívida, seja ela via Regime de Recuperação Fiscal, seja qual for a ferramenta, é necessário enfrentar o super endividamento do estado de Minas Gerais".