BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou nesta segunda-feira (18) que o país seria outro “ou pior” sem a atuação do colega Alexandre de Moraes no Judiciário brasileiro.

O decano - ministro mais antigo na Corte - chamou de “desafiadora” a relatoria de Moraes no inquérito das fake news e a condução do colega nas eleições presidenciais de 2022 como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A declaração de Gilmar foi feita durante a celebração dos 35 anos da Constituição de Mato Grosso, na Assembleia Legislativa do estado natal do magistrado. Na ocasião, os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino receberam os títulos de cidadãos honorários mato-grossenses. 

“Certamente o Brasil seria outro ou pior não fosse a ação de Alexandre de Moraes à frente do inquérito das fake news”, disse Gilmar, ao lembrar que a descredibilização das urnas eletrônicas há dois anos deixou de existir no processo eleitoral de 2024. 

Gilmar disse que o ministro da Defesa de Bolsonaro "assediava" a Justiça Eleitoral

O magistrado chegou a contar que em 2022 a Justiça Eleitoral era frequentemente “assediada” pelo ministro da Defesa que cobrava uma verificação das urnas. 

“Ele mandava cartas pela manhã reclamando de alguma coisa sobre a verificabilidade das urnas eletrônicas. E o ministro Fachin [então presidente do TSE] respondia à tarde. Isso só mudou quando o ministro Alexandre chegou [e assumiu a presidência do TSE, em junho daquele ano]”, disse. 

Ele não especificou se os questionamentos foram enviados pelo general do Exército Walter Braga Netto, que ocupou o cargo até 1º de abril de 2022 para então ser candidato à vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL), ou seu substituto, o também general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

“Todo mundo hoje sabe que o intuito era perturbar o processo eleitoral e justificar alguma forma de surto ou de golpe. E isso foi evitado graças a essa ação desafiadora do ministro Alexandre. Isso foi extremamente desafiador”, completou.