'NÃO MANDA NEM UM JEEP'

Moraes debocha de Eduardo Bolsonaro sobre fechar o STF: 'Cabo, soldado e coronel estão presos'

Ao comentar investigações do 8/1, ministro alfinetou filho de Jair Bolsonaro que em 2018 disse ser necessário apenas duas baixas patentes militares para destituir a Corte

Por Hédio Ferreira Júnior
Publicado em 22 de maio de 2024 | 15:25 - Atualizado em 22 de maio de 2024 | 15:57
 
 
 

BRASÍLIA - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, debochou do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nesta quarta-feira (22), ao comentar os resultados das investigações sobre o 8 de janeiro de 2023. Na data, o Congresso Nacional e os palácios do Planalto e do STF foram invadidos e depredados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Sem citar diretamente Eduardo Bolsonaro, Moraes fez uma referência à frase dita pelo parlamentar de que para fechar o Supremo Tribunal Federal, do qual o ministro faz parte, bastaria dois integrantes das mais baixas patentes do Exército, diante do que ele acreditaria ser fácil.

“Se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Você não manda nem um Jeep, cara, manda um soldado e um cabo. Não é querer desmerecer o soldado e o cabo, não. O que que é o STF, cara? Tira o poder da caneta de um ministro do STF, o que ele é na rua”, disse Eduardo a estudantes durante a campanha eleitoral de 2018.

Ao participar de um seminário sobre inteligência artificial, democracia e eleições no TSE, Alexandre de Moraes comentou que a suposta tentativa de golpe de Estado no país não foi suficiente para abalar a democracia e que até as patentes altas das Forças Armadas, incluindo coroneis, foram presos e estão sendo processados.

“Todos se recordam que bastava um cabo e um soldado para fechar o Supremo Tribunal Federal. O cabo, o soldado, o coronel, estão todos presos. E o Supremo Tribunal Federal aberto, e funcionando. Mas se disse que bastaria um cabo e um soldado", disse. 

De acordo com o presidente do TSE, a vandalização do edifício-sede em 8 de janeiro teria sido uma estratégia, a qual se referiu como “novo populismo”, para confrontar o STF. "Como não foi um cabo e um soldado, foram milhares de pessoas que destruíram o prédio do Supremo Tribunal Federal. Se foi para o confronto ao Judiciário, para tentar, exatamente, garantir esse novo populismo", afirmou. 

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